Política
Deputados contestam proposta de presidente Michel Temer
Michel Temer foi alvo de críticas devido às mudanças na reforma da Previdência
A polêmica reforma da Previdência foi tema de um grande protesto realizado ontem (15) pelas ruas do Centro de Maceió. Essa questão também foi bastante discutida dentro do Plenário da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) e o assunto retornou à pauta durante os trabalhos dessa quarta-feira.
O deputado Ronaldo Medeiros (PMDB), que sempre está à frente das discussões envolvendo a Previdência, pediu a palavra e fez duras críticas ao projeto da reforma que tramita no Congresso Nacional e ao próprio Michel Temer (PMDB).
“Eu até pensei que o presidente da República quando enviou não tinha lido de tão absurda que são as propostas que se encontram no projeto de reforma. Pensei que o presidente em sã consciência não teria coragem de enviar um projeto contra a classe trabalhadora, contra a previdência social, mas vemos que ele leu antes de enviar. E hoje vemos ele dizendo em alguns jornais que o povo brasileiro defende a reforma da como foi enviada para o Congresso. É uma afirmação na minha opinião de quem não está psicologicamente e nem mentalmente bem”, declarou Medeiros.
De forma irônica o deputado chegou a sugerir que o presidente renunciasse a sua aposentaria.
“Ele [Michel Temer] poderia muito bem, já que é aposentado dentro da lei, renunciar a aposentadoria dele e só receber ela quando ele cumprisse os pré-requisitos da lei que ele mesmo enviou pra o Congresso. Aí sim ele estaria fazendo aquilo que está propondo. Pois, ele está enganado e mente quando diz que os programas sociais podem correr risco se a reforma não for aprovada como foi enviada, mente por que a seguridade social tem recurso, a previdência não é deficitária. Pelo contrário retiram recursos da previdência para pagar juros”, argumentou o parlamentar que já foi filiado ao PT.
GOLPE
O deputado Dudu Hollanda (PSD) também usou a palavra para acusar Michel Temer e o acusar de “golpista”, adjetivo comumente direcionado ao presidente.
Todos os governos encaminham suas propostas de reforma, mas essa do Temer é de fato um absurdo. Desde que vi a cena do golpe político armado em Brasília eu sabia que esse governo não tinha legitimidade para tal fato”, declarou Hollanda.
O deputado estadual Bruno Toledo (Pros), mas que também já foi filiado ao PSDB, também participou da discussão sobre a proposta que trata da reforma da Previdência.
Toledo disse concordar com alguns aspectos abordados por Ronaldo Medeiros e acabou sugerindo que ele deixasse o PMDB.
“O discurso do deputado é marcante. De fato a reforma da Previdência me parece exagerada, como tratou o líder do PMDB no Senado, o senador Renan Calheiros. Uma reforma exagerada, mas necessária, não nesses moldes que aí está. O povo brasileiro espera que o congresso resolva esses exageros e entreguem pra o provo brasileiro uma reforma inteligente. Mas digo que é marcante o discurso do deputado [Ronaldo Medeiros]. Por exemplo, o senhor disse que o presidente Temer quer destruir a Previdência. Quero lembrar que o senhor é do PMDB e isso se torna mais forte. Até sugiro que o deputado não deveria mais permanecer no partido, pois é o partido do presidente que quer destruir a Previdência. Acredito que essas ideias que o PMDB trabalham são tão antagônicas aos pensamentos do deputado que vossa excelência deveria sair do partido”, rebateu Bruno.
Em resposta ao deputado Bruno Toledo, Medeiros foi mais incisivo ao dizer que o presidente Temer não quer destruir a Previdência, mas, que já destruiu.
“Ele [Michel Temer] já destruiu, pois ele extinguiu o Ministério da Previdência Social assim que assumiu. É um dos poucos países do mundo que não tem o ministério. Hoje a estrutura é um puxadinho do Ministério da Fazenda. Um país como o Brasil que tem na previdência sua maior fonte de distribuição de renda do pais e que ele acabou. Essa é a maior demonstração que o presidente não olha pra o aposentado e nem pra o trabalhador. Da forma como eu discordo, a maioria da bancada do PMDB nessa Casa também discorda. O ex-presidente do Senado que hoje é líder do PMDB no Congresso também discorda. A diferença de um remédio para o veneno é a dose. E essa reforma é um veneno pra o brasil. Porque a dose é exagerada nós temos sim que realizar algumas reformas”, finalizou.
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