Política
Odebrecht pagou R$ 10,5 bilhões em caixa 2 em oito anos, diz delator
Ex-executivo Hilberto Mascarenhas depôs ao ministro Herman Benjamin
O ex-executivo da Odebrecht Hilberto Mascarenhas afirmou em depoimento ao ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Herman Benjamin que o Departamento de Obras Estruturadas da empreiteira, conhecido como “departamento da propina”, desembolsou cerca de U$ 3,39 bilhões (equivalentes a R$ 10,54 bilhões na cotação de hoje, de dólar a R$ 3,11) em caixa 2 em oito anos, entre 2006 e 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com a publicação, o depoimento, prestado nesta segunda-feira (6), na sede do TSE, ocorreu no âmbito da ação que investiga abuso de poder político e econômico na campanha presidencial de 2014 e que pode gerar a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.
No relato, o ex-executivo detalhou os pagamentos com recursos ilegais da empresa. Na planilha apresentada constavam as seguintes quantias: 2006 - U$ 60 milhões 2007 – U$ 80 milhões 2008 – U$ 120 milhões 2009 – U$ 260 milhões 2010 – U$ 420 milhões 2011 – U$ 520 milhões 2012 – U$ 730 milhões 2013 – U$ 750 milhões 2014 – U$ 450 milhões. Segundo o delator, os pagamentos eram feitos em hotéis onde ficavam hospedados os intermediários. No depoimento, o delator falou ainda dos pagamentos a João Santana e Mônica Moura, segundo ele, apenas em 2014 pagou U$ 16 milhões para Santana, pela campanha “dela”. Questionado na audiência quem era “ela”, o ex-executivo respondeu que “com certeza era a presidente Dilma Rousseff” porque todo mundo sabia para quem Santana estava trabalhando.
O ex-executivo não soube detalhar, contudo, as datas dos pagamentos ao casal, mas afirmou que tem um servidor na Suíça em que estão listados todos os repasses. Do total, 60% dos recursos teriam sidos passados no Brasil e o restante no exterior. Todos os pagamentos feitos eram em real, mas calculados com base no dólar, que era o valor acertado. No depoimento, Mascarenhas disse ainda que sabia que o pagamento para Santana era feito em razão de ele estar fazendo a campanha “dela”. Questionado na audiência quem era “ela”, o ex-executivo respondeu que “com certeza era a presidente Dilma Rousseff” porque todo mundo sabia para quem Santana estava trabalhando. Sobre as negociações em torno do PMDB disse que não surgiu o nome do presidente Michel Temer, mas que sabia das tratativas de Marcelo Odebrecht em relação aos repasses de R$ 6 milhões, em caixa 2, para a campanha de Paulo Skaf (PMDB) para o governo de São Paulo, em 2014. A informação do desembolso ao peemedebista chegou a ele por meio do marqueteiro da campanha de Skaf, Duda Mendonça, que teria ligado para combinar o pagamento. Marcelo Odebrecht também teria falado sobre a doação com Hilberto. O jornal O Estado de S. Paulo tentou mas não conseguiu localizar a defesa do publicitário para tratar sobre o depoimento do ex-executivo.
No início de fevereiro, o juiz federal Sérgio Moro condenou Santana e Mônica pelos crimes de lavagem de dinheiro no esquema de corrupção na Petrobrás alvo da Operação Lava Jato. À época, a defesa do publicitário informou que iria recorrer ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região.
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