Polícia

Apoio cresce para médica que matou ex-marido; PC mantém acusação de homicídio qualificado

Internautas alegam legítima defesa e desespero diante de supostas ameaças, enquanto investigação aponta para homicídio qualificado.

Por Lucas França com Tribuna Hoje 17/11/2025 11h38 - Atualizado em 17/11/2025 11h42
Apoio cresce para médica que matou ex-marido; PC mantém acusação de homicídio qualificado
Nádia Tamires, suspeita de matar o ex-marido e também médico Alan Carlos de Lima Cavalcante - Foto: Reprodução


A prisão da médica suspeita de matar a tiros o ex-marido, no domingo (16), em Arapiraca, desencadeou uma enxurrada de comentários nas redes sociais. Embora a Polícia Civil adiante que ela poderá responder por homicídio qualificado, boa parte do público tem demonstrado apoio à suspeita, que afirma ter agido para impedir que fosse morta.

A repercussão se intensificou após a circulação de imagens de segurança que mostram o momento em que a mulher se aproxima de Alan Carlos de Lima Cavalcante, de 41 anos, e efetua vários disparos. Ele cai imediatamente após ser atingido.

A médica relatou que vinha recebendo ameaças desde que denunciou o ex-companheiro por abuso de vulnerável envolvendo a própria filha — um caso registrado há cerca de um ano e meio. Segundo seu depoimento, ela acreditou estar diante de uma emboscada no instante em que decidiu atirar.

Nas plataformas digitais, o tom dominante tem sido de solidariedade. Comentários afirmam que a atitude da mulher seria resultado de medo acumulado e de um estado emocional extremo. Algumas mensagens classificam sua reação como instintiva e motivada pela proteção materna. Outras críticas miram o próprio sistema, apontando falhas na apuração de denúncias de violência doméstica e alegando que a tragédia poderia ter sido evitada.

Também há manifestações mais contundentes, defendendo abertamente a suspeita e questionando sua prisão. Diversos usuários alegam que, diante das supostas ameaças, ela teria agido em legítima defesa.

O crime ocorreu em frente à Unidade Básica de Saúde do Sítio Capim, na zona rural de Arapiraca. Após os disparos, a médica deixou o local em um Jeep e seguiu para Maceió, onde acabou interceptada por equipes policiais ainda naquela noite. Ela foi encaminhada à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Mesmo diante da grande onda de apoio nas redes, a Polícia Civil reforça que a investigação segue em andamento e que, por enquanto, a suspeita pode responder por homicídio qualificado. Enquanto isso, as discussões sobre legítima defesa, proteção de mulheres e eficácia das denúncias de violência continuam dominando o debate público.