Polícia
Professor preso por estupro mantinha conversas com adolescente autista por aplicativos de mensagens
A prisão de um professor de Geografia de 37 anos, acusado de estuprar um adolescente de 13 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), garantiu um certo alívio à família do menor e acendeu, mais uma vez, o alerta do que acontece no mundo virtual. Antes do estupro ser concretizado, o homem mantinha conversas com o adolescente por meio de aplicativos de mensagens, há alguns meses.
A polícia tem feito repetidos alertas aos pais e responsáveis que vigiem com quem os filhos conversam nas redes sociais e passem um pente-fino nos contatos virtuais das crianças e adolescentes.
O acusado será submetido a uma audiência de custódia, caberá à Justiça determinar se ele responderá ao inquérito em liberdade ou ficará detido.
Laudos do Instituto Médico Legal (IML) confirmaram o estupro. O menor foi encaminhado à Rede de Atenção às Vítimas de Violência (RAV) para receber o atendimento necessário em casos de violência sexual.
O professor já foi investigado e detido anteriormente, por duas vezes, por armazenamento de pornografia infantil e zoofilia. Em liberdade, atualmente lecionava Geografia em pelos menos duas escolas de renome na capital. Uma no bairro da Jatiúca e outra na parte alta da cidade.
A mãe afirmou que o acusado não era professor do filho. Eles se conheceram pela internet. O menor ficou com o criminoso por cerca de uma hora. Neste intervalo, o menino chegou a informar à mãe a localização em tempo real, junto à frase: “quero voltar para casa, mãe!” Depois dessa mensagem, a comunicação foi encerrada. Ao retornar para casa, depois de um longo abraço e lágrimas de ambos, o adolescente relatou o abuso à mãe. Contou que houve toques íntimos e penetração.
O próprio acusado levou o menino de volta para casa, deixando-o em um lugar mais afastado. Antes, segundo a mãe, apagou todas as mensagens trocadas no aplicativo de relacionamento. O menino lembra de ser sido levado a um prédio e ter subido até um apartamento de escadas. A família acredita que o imóvel é do acusado.
A delegada Talita Aquino, titular da Delegacia de Combate aos Crimes Contra Criança e Adolescente (DCCCA), em coletiva realizada, na manhã de ontem, na Delegacia Geral, em Jacarecica explicou que o acusado já responde a outro processo por zoofilia, que se caracteriza pela atração ou pelo envolvimento sexual de seres humanos com animais e armazenamento de material contendo abuso infantil em 2024.
O acusado, formado em Geografia pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi detido na noite da última terça-feira, no Tabuleiro do Martins, um dia após cometer o estupro ao apanhar a vítima do lado de fora do condomínio Vale Verde I em que o menino morava, no bairro da Serraria.
Conforme a reportagem do jornal Tribuna Independente apurou, o suspeito do estupro já teve vínculos com escolas públicas. Atualmente, ele dava aulas para estudantes do 6º ao 8º ano.
Em nota, a escola, localizada no bairro da Jatiúca afirmou que os fatos estão sob apuração das autoridades policiais competentes. A escola confirmou que afastou o professor das atividades e que “a equipe jurídica da instituição está acompanhando o caso de forma próxima e responsável, aguardando a conclusão das investigações para a adoção das medidas definitivas cabíveis”.
A outra escola, localizada no Santa Amélia, fez questão de afirmar que desligou o professor do quadro de funcionários e implementou a exigência da apresentação da ficha criminal para os atuais e futuros colaboradores.
Segundo a mãe do menor, cuja identidade não será revelada, para preservar a dignidade da família, o menino vinha sendo manipulado pelo homem com quem trocava mensagens por meio de um aplicativo de relacionamento.
O CASO
Na última segunda-feira, a mãe do menor procurou a polícia para denunciar que o filho foi vítima de estupro em Maceió. O autor do estupro estacionou o veículo, um Polo prata, de placa TNL7G76, na rua em frente ao residencial onde a família mora. Imagens de uma câmera de videomonitoramento registraram o momento em que o menino se aproximou do carro e entrou no veículo. O menino foi levado até o carro pelo porteiro do condomínio. Conforme o condomínio, o funcionário fora informado que no veículo estava o pai do menino que teria ido apanhá-lo para a visita familiar. Os pais são divorciados.
A administração do residencial explicou, em nota, que o veículo tinha características idênticas ao automóvel do genitor, modelo, cor e ano iguais. Além disso, o adolescente informou ao porteiro que seu pai o aguardava naquele local.
Ao retornar ao residencial, o funcionário comunicou à mãe que o menor saiu com o pai e descreveu o homem como alguém de barba e tatuagem. Diante da insistência das características físicas, a mãe entrou em desespero e acionou a polícia.
No momento do crime, a mãe estava em uma consulta médica com outro filho. Segundo ela, a atitude do funcionário em levar o filho até o carro mostra o zelo do servidor com o menino. “Em momento algum, atribuo a responsabilidade a ele. Justamente, o contrário. Graças aos relatos detalhados dele sobre a barba e a tatuagem, procurei rapidamente a polícia. Agradeço a ele, todo o cuidado que ele teve com o meu filho”, frisou.
A Patrulha Menino Bernardo, que faz parte do Batalhão de Polícia Escolar, e atua na proteção de crianças e adolescentes vítimas de violência, está dando suporte à família, permanecendo diuturnamente no condomínio. O sargento Djerson faz um alerta aos pais e responsáveis que monitorem cada passo dos filhos nas redes sociais. A delegada Talita Aquino, titular da Delegacia de Combate aos Crimes Contra Criança e Adolescente (DCCCA), explicou que o caso seguirá agora para a fase de coleta de depoimentos e análise pericial.
“Nós vamos colher os depoimentos da mãe, da vítima também, do porteiro do condomínio, que é extremamente importante, e vamos realizar a análise pericial dos celulares, tanto da vítima quanto do autor”, explicou.
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