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Tarifaço deve impactar em 54 municípios de Alagoas
Sindaçúcar estima repercussão negativa com sobretaxa na produção de etanol
Deixado de fora das isenções apresentadas na última semanas, o setor sucroalcooleiro é um dos grandes prejudicados pela sobretaxa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos importados do Brasil. Em Alagoas, o setor demonstra preocupação com o impacto que isso deve causar.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas (Sindaçúcar), Pedro Robério de Melo Nogueira, Alagoas é destaque no Nordeste nesse setor.
“O impacto em Alagoas tem grande intensidade nas exportações de açúcar, pois a região Norte/Nordeste, onde Alagoas é o maior produtor/exportador performa há cerca de 60 anos uma cota preferencial de exportação de açúcar para os Estados Unidos isenta de imposto de importação em um volume ano-safra na ordem de 150 a 180 mil toneladas. Esse volume corresponde a 15% do total das exportações de açúcar de Alagoas em volume e 20% do valor total das exportações alagoanas de açúcar”, explica, em contato com a reportagem da Tribuna Independente.
Na avaliação do presidente do Sindaçúcar, mais da metade dos municípios alagoanos terá repercussão negativa.
“É um impacto relevante na economia do Estado que, por certo, repercutirá negativamente na circulação de renda dos 54 municípios alagoanos que hospedam a cultura da cana-de-açúcar, em função da longa cadeia produtiva da cana, inclusive reduzindo os postos de trabalho setorial, uma vez que não será imediato um novo mercado nas condições de preço relativas ao mercado norte-americano”, revela.
Ainda há esperança de reverter a situação, pois está acontecendo uma movimentação das lideranças em busca de apoio através da Federação das Indústrias e do poder público.
“Estamos em permanente aliança com a Fiea [Federação das Indústrias do Estado de Alagoas] e a CNI [Confederação Nacional das Indústrias] no sentido de nos associar as ações para reversão dessa tarifa que inviabiliza as nossas exportações para os Estados Unidos. Igualmente já demos ciência ao Governo Federal e ao Governo de Alagoas desse impacto negativo e na necessidade de medidas de apoio temporários caso a tarifação não seja revertida”, contextualiza Pedro Robério de Melo Nogueira.
De acordo com reportagem recente da CNN, o etanol foi citado pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos entre o que eles consideram “práticas comerciais injustas” devido à tarifa de importação brasileira de 18%. Eles alegam que isso reduziria a competitividade para os produtores americanos.
No documento da investigação comercial dos EUA sobre o Brasil, o etanol foi o único produto citado nominalmente e que teve destaque. Dessa forma, parlamentares, empresários e integrantes do governo acreditam que a redução das tarifas de importação devem ser uma exigência da Casa Branca para negociações.
Em um documento do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), o etanol brasileiro é apontado como responsável pela queda de exportações norte-americanas. Segundo o USTR, o Brasil impôs tarifas de importação injustas ao etanol norte-americano, deixando de lado a relação recíproca e virtualmente livre de impostos. As exportações de etanol dos EUA para o Brasil teriam sofrido uma queda significativa por conta disso.
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