Polícia

Cozinheira agredida com neto no colo por ex, policial militar, clama por Justiça

Por Tribuna Hoje com agências 04/08/2025 10h03
Cozinheira agredida com neto no colo por ex, policial militar, clama por Justiça
Maria das Neves foi espancada na porta de casa, em Rio Largo, enquanto segurava o neto no colo. Mesmo após a violência e medidas protetivas, o agressor segue em liberdade - Foto: Reprodução/TV Pajuçara


“Eu fico perguntando: cadê a Justiça? É necessário eu morrer?” O desabafo carregado de dor e indignação é da cozinheira Maria das Neves da Silva, mais uma mulher vítima de violência doméstica em Alagoas. No último fim de semana, ela foi brutalmente agredida pelo ex-companheiro, um policial militar, enquanto segurava o neto no colo.

O crime ocorreu em Rio Largo, município da Grande Maceió. Mesmo após o ataque covarde e com histórico de agressões, o autor segue em liberdade.

Em entrevista à TV Pajuçara, Maria das Neves detalhou o momento em que foi atacada na porta de casa, após recusar retomar o relacionamento.

“Eu disse a ele: ‘Não quero mais você, me deixe viver’. Aí ele falou que se eu arrumasse alguém, ele me mataria. E ele realmente veio pra isso. Chegou alcoolizado, acompanhado da atual mulher, da filha dela e do irmão. Quando fui pedir que saísse da minha porta, ele começou a me agredir”, relembrou.

A cena foi de terror. Maria caiu no chão enlameado, sentiu tontura e só não desmaiou porque conseguiu se apoiar em um carro. “O bebê chorando, os vizinhos vieram pegar ele. E eu corri, de um lado pro outro. Se ele me pegasse, teria me matado”, afirmou.

Medida protetiva

A cozinheira revelou ainda que já havia recebido medida protetiva da Justiça, mas foi convencida a revogá-la após o ex conversar com seus pais. “Meu pai não gosta de delegacia, nem de polícia. Acabei tirando. Depois disso, ele voltou a me perseguir.”

A Polícia Civil investiga o caso. A identidade do agressor não foi divulgada oficialmente. Maria das Neves teme que o fato de o ex-companheiro ser policial atrapalhe a responsabilização dele.

“Vejo muitas pessoas facilitando o lado dele por causa da farda. Mas eu só quero Justiça. Só isso. Não quero morrer”, declarou.