Polícia

Mulher teme nova agressão após ser espancada por vizinho

Homem invadiu casa e a agrediu violentamente por causa de uma bola chutada por seu filho

Por Tribuna Hoje com agências 18/07/2025 09h49
Mulher teme nova agressão após ser espancada por vizinho
Vítima denuncia impunidade e diz estar amedrontada - Foto: PC/AL


"Ele invadiu minha casa e disse que antes de ser preso, iria me matar". O desabafo é de uma mulher que vive dias de terror em São Luís do Quitunde, no Norte de Alagoas, após ser brutalmente agredida pelo vizinho, na última segunda-feira (14), dentro da própria residência, diante dos filhos gêmeos de 11 anos. O estopim para o ataque foi uma brincadeira infantil na rua — uma bola chutada que acabou atingindo o portão do agressor.

Segundo a vítima, a violência teve início após o filho chutar uma bola que acertou o portão do casal vizinho. A mulher da casa vizinha rasgou a bola e iniciou uma discussão com a mãe do garoto. Minutos depois, o marido dela teria arrombado o portão da residência da vítima e iniciado uma série de agressões físicas.

“Ele deu dois chutes bem fortes no meu portão, entrou na minha casa com fúria, puxou meu cabelo, tentou me derrubar, me imobilizar e ainda ameaçou me matar”, relatou a vítima. “Só não fui mais machucada porque outro vizinho chegou e conseguiu tirá-lo de cima de mim”, completou.

AGRESSOR LIBERADO

Mesmo com a gravidade dos fatos, o agressor foi apenas conduzido ao 92º Distrito Policial, em Matriz de Camaragibe, onde assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foi liberado no mesmo dia. A vítima registrou a ocorrência, passou por exame de corpo de delito e agora teme que o caso caia na impunidade.

Ela denuncia ainda a forma como foi tratada por policiais civis durante o registro do boletim. “Ouvi que isso não daria em nada, que no máximo ele receberia uma condenação para pagar cesta básica. Mas fui à Delegacia da Mulher, onde me disseram que toda violência precisa ser investigada. Fui à ouvidoria denunciar a postura dos agentes”, afirmou.

A mulher, que vive sozinha com os filhos, relata medo constante de uma nova agressão. “É meu vizinho. Todos os dias passo pela porta dele. Tenho medo por mim e pelos meus filhos. Já estou sendo acompanhada por apoio psicológico, mas é muito difícil. Me sinto desprotegida”, lamentou.

TRAUMAS

Além dos traumas físicos e emocionais, ela reclama dos danos materiais causados na invasão e se diz indignada com a liberdade concedida ao agressor. Há ainda o receio de que o homem tenha algum tipo de influência, já que seria parente de um policial militar aposentado.

A Polícia Civil informou que o TCO foi encaminhado à Justiça, que poderá decidir pela abertura de inquérito. A reportagem aguarda resposta da corporação sobre a denúncia feita pela vítima à ouvidoria da Delegacia da Mulher quanto à conduta dos policiais do 92º DP.

O caso segue sendo investigado.