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Caso Ana Beatriz: corpo encontrado em Guaxuma passará por exame de DNA

Estado avançado de decomposição impede identificação por métodos tradicionais e exige análise genética

Por Aarão José / Ascom Polícia Científica 06/05/2025 15h42 - Atualizado em 06/05/2025 15h47
Caso Ana Beatriz: corpo encontrado em Guaxuma passará por exame de DNA
Amostras precisam ser submetidas a um método de extração mais complexo e que demanda maior tempo - Foto: Perícia Oficial

Após várias tentativas de identificação através dos exames de necropapiloscopia e de arcada dentária, a Polícia Científica confirmou nesta terça-feira (06) que o corpo encontrado no bairro de Guaxuma, em Maceió, seguirá para exame de DNA. Amostras biológicas do cadáver, da suposta genitora e de uma suposta irmã foram coletadas e encaminhadas para análise no Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística de Maceió.

O perito criminal Clisney Omena, responsável pelo exame, explicou que, em função do estado de decomposição em que o cadáver foi encontrado, as amostras precisam ser submetidas a um método de extração mais complexo e que demanda maior tempo. Essas amostras ficarão incubadas em EDTA durante cinco dias para desmineralizar os ossos.


“A partir daí é que vai se proceder ao processo de extração e às demais etapas dos exames até chegar à eletroforese, etapa final em que é possível obter o perfil genético. Todo esse processo deve demandar um prazo de no mínimo 15 dias, para a conclusão da análise e emissão do laudo do exame de confronto genético”, explicou o perito criminal.

A causa da morte também está sendo apurada pelo Laboratório de Química e Toxicologia Forense do Instituto de Criminalística. O material estomacal coletado durante o exame cadavérico no Instituto Médico Legal Estácio de Lima foi enviado para a unidade analisar a possibilidade de uma morte por envenenamento, já que na necropsia não foram encontradas lesões por arma branca ou de fogo.

O corpo do sexo feminino foi encontrado dentro de uma fossa fria e úmida, o que provocou o processo chamado na medicina legal de saponificação. Esse estado decomposto impossibilitou a identificação pelas digitais e antropologia forense, enquanto que a identificação pela arcada dentária ficou prejudicada pela insuficiência de elementos na documentação de tratamentos odontológicos feitos pela vítima e que foi apresentado pela família.