Polícia

Polícia de São Paulo vai começar a adotar reconhecimento facial em investigações

Polícia Civil cruzará imagens de suspeitos a uma base com rostos de 35 milhões de pessoas

Por Texto: Victor Hugo Silva com Tecnoblog 12/11/2019 17h59
Polícia de São Paulo vai começar a adotar reconhecimento facial em investigações
Reprodução - Foto: Assessoria
A tecnologia de reconhecimento facial será usada por mais um órgão público. Segundo o Mobile Time, a Polícia Civil de São Paulo adotará a solução em suas investigações para identificar suspeitos em fotos e vídeos de cenas de crimes. Para identificar as pessoas que aparecem em suas imagens, a Polícia Civil cruzará o material disponível com os rostos dos 35 milhões de cidadãos que possuem algum documento com foto emitido no estado de São Paulo. A análise será feita pelo Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) ligado à Polícia Civil, com base em uma solução criada pela Gemalto. O uso da ferramenta está previsto em contrato firmado após a empresa vencer uma licitação do governo paulista. A Gemalto oferece desde 2013 um sistema da Polícia Civil de São Paulo para verificação de impressão digital. A companhia também é responsável pelo sistema de biometria que o governo americano usa em portos, aeroportos e embaixadas e que tem 700 milhões de pessoas cadastradas. São Paulo investe em outras ferramentas de vigilância Além da Polícia Civil, o Metrô de São Paulo também terá câmeras com reconhecimento facial. Elas serão instaladas nas linhas 1 - Azul, 2 - Verde e 3 - Vermelha, além dos pátios de trens, e custarão cerca de R$ 58 milhões. De acordo com O Estado de S. Paulo, o governo deverá instalar até o final do ano, em pontos indicados pela Polícia Militar, 220 novos radares que fazem a leitura de placas de automóveis. Eles se juntarão aos 548 já existentes. Os investimentos envolvem ainda 208 novos drones silenciosos que não são percebidos por quem está no chão. Ao Estadão, o secretário executivo da PM, coronel reformado Álvaro Camilo, afirmou que eles poderão ser usados em operações especiais em "comunidades". As informações coletadas pelos equipamentos serão encaminhadas às bases de dados das Polícias Civil e Militar. E, segundo Camilo, o governo deve adotar mais sistemas de vigilância no futuro. "Estamos buscando empresas que fazem também monitoramento de redes sociais", afirmou, ainda ao Estadão. O secretário executivo da PM afirmou que os dados pessoais são usados apenas em investigações e que todos os acessos são monitorados. Ele garantiu que o aparato não oferece nenhum risco à privacidade dos cidadãos. Grupos defendem proibição do reconhecimento facial O uso de tecnologias de reconhecimento facial, porém, gera muita polêmica. A cidade de São Franscisco, por exemplo, proibiu equipamentos desse tipo para órgãos públicos, que foram obrigados a receber aprovação para comprar novos equipamentos de vigilância. Ainda nos Estados Unidos, um grupo defende o banimento de soluções de reconhecimento facial. Entre as críticas, estão o caráter invasivo da tecnologia e a alta taxa de erro, especialmente para identificar negros, mulheres e crianças.