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'O país renasceu', diz Zelensky no dia da independência da Ucrânia e de seis meses de guerra

Em discurso transmitido do centro de Kiev, presidente ucraniano desafia Moscou e diz que seu país lutará até o fim

Por G1 24/08/2022 09h59
'O país renasceu', diz Zelensky no dia da independência da Ucrânia e de seis meses de guerra
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e sua mulher, Olena, prestam homenagem às vítimas de bombardeios russos no dia em que a guerra completa seis meses, em 24 de agosto de 2022 - Foto: Reuters

Em um discurso inflado e emocionado no dia da independência da Ucrânia e também quando a guerra completa seis meses, o presidente do país, Volodymyr Zelensky, disse que sua nação "renasceu" após a invasão da Rússia.

"Nós finalmente nos tornamos um povo unido. Uma nova nação nasceu em 24 de fevereiro (dia da invasão da Rússia ao país). Nasceu não, renasceu. Uma nação que não chorou, não gritou ou se amendrontou. Uma nação que não fugiu, que não desistiu. E que não esquecerá", declarou.

Em um balanço dos seis meses de guerra, o líder ucraniano elogiou seu país por "permanecer firme", prometeu reconquistar a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e do Donbass, no leste do país, dominada por tropas russas depois do início da guerra.

Zelensky descartou diálogos no momento e afirmou que a guerra só acabará quando Kiev sair vitoriosa, e não quando os bombardeios russos acabem, indicando uma contraofensiva de seu país.

"Não vamos sentar à mesa de negociações por medo, com uma arma apontada para nossas cabeças. Para nós, o mais terrível não são mísseis, aviões e tanques, mas as algemas", disse. "O que para nós é o fim da guerra? Costumávamos dizer: paz. Agora dizemos: vitória. Não nos importamos com o exército que vocês têm, só nos importamos com nossa terra. Lutaremos por ela até o fim", declarou, em recado a Moscou.

"Permanecemos firmes há seis meses. É difícil, mas cerramos os punhos e estamos lutando pelo nosso destino".

No dia 24 de fevereiro -- há 6 meses, portanto -- começou o que o Kremlin chama de “operação especial” na Ucrânia, mas que o resto do mundo identificou como uma guerra ou invasão daquele país.

Com a alegação inicial de que queria “desnazificar” o território vizinho, tropas russas bombardearam dezenas de alvos militares e civis em praticamente todo o território ucraniano, diante de uma comunidade internacional talvez já não surpresa com a agressão, mas ainda assim estupefata pela amplitude da ação.

A superioridade militar russa era esperada, já que há anos Moscou exibia seus "músculos" em grandes desfiles e exibições de equipamentos bélicos. No entanto, o rumo tomado pela operação em seguida parece não ser o esperado pelos generais de Vladimir Putin, como se verifica nos seis mapas a seguir.

Belarus felicita Ucrânia

Também nesta quarta-feira, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, principal aliado da Rússia, felicitou o povo ucraniano pelo dia da independência.

"Estou convencido de que as atuais divergências não poderão destruir a base multissetorial das relações sinceras de boa vizinhança entre os povos dos dois países", afirmou Lukashenko em uma mensagem.

Belarus continuará defendendo o "reforço dos contatos amistosos baseados no respeito mútuo em todos os níveis com Kiev", acrescentou.