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Trump assina memorando que expande número de pessoas alvo de deportação
Textos estabelecem que qualquer imigrante ilegal que mora nos EUA e tenha sido acusado ou condenado por um crime seja prioridade de deportação
O Secretário de Segurança Interna dos EUA, John Kelly, assinou nesta terça-feira (21) dois memorandos que expandem o número de pessoas que vivem ilegalmente nos EUA consideradas prioridade para deportação. Os documentos representam uma mudança radical nas prioridades de imigração do país, informa a agência de notícias Associated Press.
Os textos do Departamento de Segurança Interna estabelecem que qualquer imigrante que vive ilegalmente nos EUA e que tenha sido acusado ou condenado por qualquer crime – até aqueles suspeitos de crimes – passam a ser prioridade para deportação. Isso pode incluir pessoas presas por furto em lojas bem como ofensas de trânsito.
Os memorandos não alteram as leis de imigração nos EUA, mas adotam uma linha muito mais dura para a sua aplicação.
Eles eliminam diretrizes emitidas durante a administração Obama que davam prioridade a imigrantes que foram condenados por crimes graves e ameaças à segurança nacional, além de atravessadores de fronteiras.
Serviço de Imigração e Alfândegas realizou várias operações contra imigração ilegal nos EUA (Foto: Bryan Cox/ICE vía AP)
Os textos também descrevem planos para impor uma provisão de longa data do Ato de Imigração e Nacionalidade que permite ao governo enviar de volta ao México algumas pessoas capturadas atravessando a fronteira ilegalmente, independentemente de onde elas sejam.
Não está claro se os EUA têm autoridade para forçar o México a aceitar estrangeiros. É quase certo que a provisão enfrente oposição no México.
Historicamente, o governo consegue repatriar mexicanos capturados na fronteira, mas detém e deporta formalmente imigrantes de outros países. Em alguns casos, essas deportações podem levar anos, já que os imigrantes pedem asilo ou briguem contra a deportação na Justiça.
De acordo com a agência Efe, as duretrizes também autorizam a contratação de novos 10 mil agentes do Serviço de Imigação e Controle de Aduanas (ICE) e de mais 5 mil agentes do Escritório de Aduanas e Fronteras (CBP) para reforçar o controle imigratório.
‘Dreamers’
Os dois memorandos não têm impacto no programa do ex-presidente Barack Obama que protege da deportação mais de 750 mil jovens imigrantes, os chamados "dreamers", ou sonhadores, que chegaram ao país quando eram menores de idade.
O Programa de Ação Diferida (Daca) será mantido, mas jovens que tenham cometido crimes ou que sejam considerados ameaça à sociedade norte-americana podem ser afetados pelas novas regras, de acordo com o Departamento.
Presidente americano, Donald Trump (Foto: Associated Press )
O programa permite aos jovens conter sua deportação, obter licença de trabalho e habilitação para dirigir, mas estabelecia que para continuar tendo estes benefícios os jovens deviam renovar a permissão a cada dois anos.
Apesar prometer acabar com este programa durante a campanha eleitoral, na semana passada Trump reconheceu em entrevista coletiva que esse "é um dos temas mais difíceis" que ele enfrenta e disse que iria encarar o caso "com coração".
"A situação do Daca é muito difícil porque eu amo esses meninos, alguns deles são totalmente incríveis (...). Tenho filhos e netos", ressaltou perante os jornalistas.
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