Interior

Resistentes, famílias remanescentes quilombolas buscam reconhecimento em Lagoa da Canoa

Na Comunidade Alexandre, distante 5 km do centro da cidade agrestina, 40 famílias vivem da agricultura familiar de subsistência

Por Davi Salsa - Sucursal Arapiraca 19/11/2025 23h22 - Atualizado em 20/11/2025 00h35
Resistentes, famílias remanescentes quilombolas buscam reconhecimento em Lagoa da Canoa
Sítio Alexandre busca o reconhecimento nacional e titulação do território como Comunidade Remanescente Quilombola - Foto: Drielle Crispiniano / Cortesia

Localizada na área rural do município de Lagoa da Canoa, no Agreste de Alagoas, e distante 5 km do centro da cidade, o Sítio Alexandre busca o reconhecimento nacional e titulação do território como Comunidade Remanescente Quilombola.

Resistentes, as famílias se mobilizam com o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente para obter a certificação pela Fundação Cultural Palmares, órgão criado em 1988 como instituição pública vinculada ao Ministério da Cultura e que tem a finalidade de promover e preservar a cultura afro-brasileira.

No Sítio Alexandre vivem 40 famílias e 20 se autodeclaram remanescentes de quilombolas, segundo revela Drielle Crispiniano, uma das lideranças do movimento.

Ela diz que, além da busca pelo reconhecimento, as famílias lutam pela retomada da casa de farinha na comunidade, que sobrevive da agricultura familiar, plantio de mandioca e a produção de bolos.

Ainda de acordo com Drielle Crispiniano, o reconhecimento como comunidade remanescente quilombola do Sítio Alexandre vai garantir direitos territoriais, acesso a políticas públicas e fortalecimento das tradições de suas raízes, de seus antepassados e da história de sua chegada no lugar.

Um dos primeiros passos para a regularização do território quilombola é a autodefinição da comunidade. Assim como qualquer grupo social os quilombolas possuem o direito de se autodefinir. Para iniciar o processo de formalização é imprescindível apresentar a Certidão de Autorreconhecimento, emitida pela Fundação Cultural Palmares (FCP).

O documento é fundamental para que a comunidade busque o reconhecimento oficial de seus direitos territoriais. Os procedimentos ainda passam pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).