Interior
Adolescente gestante com anemia falciforme e filha recém-nascida morrem em casa após parto
Família das vítimas denunciam negligência de unidade hospitalar que enviou a menor para casa mesmo sentindo fortes dores

Na última segunda-feira (11), uma gestante identificada como Yasmin Rodrigues da Silva, 16 anos, morreu junto com a filha recém-nascida em Lagoa da Canoa, Agreste de Alagoas. A adolescente era portadora de anemia falciforme e com gestação de risco. Ela chegou a ser atendida na maternidade do município, e, em seguida, encaminhada ao Hospital Nossa Senhora do Bom Conselho, em Arapiraca, no entanto, foi liberada mesmo com fortes dores, conforme conta os familiares.
Vitória Alves, prima de Yasmin, disse que ela sentiu contrações e precisou de ajuda para se locomover.
“Yasmin sentiu a contração mais forte, ficou sem andar, pediu ajuda para chegar até o quarto. Chegou lá, deitou na cama e disse: ‘Mãe, a minha filha vai nascer’. Quando chegou ao quarto, a menina já estava na cama, dentro do saquinho, mas se mexendo. Em questão de segundos, mandaram chamar a ambulância de Lagoa da Canoa e uma enfermeira. Falaram que ela estava entrando em trabalho de parto, mas não mandaram a enfermeira, só a ambulância. Aí a levaram até a maternidade e, chegando lá, a menina já estava em óbito”, relatou Vitória em entrevista para uma emissora de TV.
Os familiares denunciam que ao voltar na unidade de saúde, a menor não recebeu a atenção necessária.
“As outras pacientes estavam no soro e ela não, mesmo perdendo sangue. A respiração estava acelerada e, naquele momento, Yasmin já não respondia. Só depois a levaram para outra sala, entubaram e colocaram no oxigênio, mas ela não reagiu”, relatou a prima.
A enfermeira obstetra Mônica Correia, que acompanhava a gestação de Yasmin, pacientes com a anemia falciforme apresentam riscos adicionais. “Uma das complicações são dores muito intensas. Até então, Yasmin estava estável, mas eu havia explicado a ela sobre a possibilidade dessas dores e o risco de parto prematuro”, falou.
As circunstâncias das mortes serão investigadas pela Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) que já abriu um inquérito para apurar o caso. “Já elaboramos ofícios aos hospitais para fornecerem toda a documentação, prontuários médicos e identificação dos responsáveis pelo atendimento. Vamos iniciar as oitivas para elucidar esse fato lamentável”, explicou o delegado adjunto de Arapiraca, Matheus Henrique.
A família contratou um advogado que que afirmou estudar medidas judiciais. “A princípio, já estamos analisando todas as provas possíveis para uma ação civil, buscando reparação por danos materiais e morais’’, disse a advogada Valquíria Porfírio.
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