Interior

Mineração pode incluir mais de 50% de Craíbas

Uso do território municipal se daria em novos projetos; com área total de 278 km², e incluria 134 km² de novas prospecções

Por Davi Salsa / Sucursal Arapiraca 25/03/2025 07h53 - Atualizado em 25/03/2025 11h30
Mineração pode incluir mais de 50% de Craíbas
Sete processos já aprovados e autorizados podem estender atividade mineradora em Craíbas e cobrir mais de 50% do território do município localizado no Agreste - Foto: Reprodução

Um levantamento feito pela Tribuna, com base nos mapas atualizados da Agência Nacional de Mineração (ANM), mostra sete processos já aprovados e autorizados que podem estender a atividade mineradora em Craíbas e cobrir mais de 50% do território do município localizado no Agreste de Alagoas.

Desde o ano de 2021 que a Mineradora Vale Verde (MVV) vem operando a mina a céu aberto e com a planta de processamento de cobre no Povoado Serrote da Laje, retirando o mineral do solo profundo em Craíbas. A empresa está em vias de ser adquirida pelo grupo chinês Baiyin Nonferrous pelo valor estimado de R$ 2 bilhões.

A mina tinha reservas iniciais confirmadas em 52,7 milhões de toneladas de minério de cobre, mas esse número pode aumentar significativamente nos próximos anos, com os novos estudos e pesquisas e a possibilidade da descoberta de novas jazidas na região, sobretudo em Arapiraca e no município de Igaci.
Craíbas tem uma área total de 278,9 km quadrados e as novas autorizações para pesquisa mineral incluem 134 km quadrados, o que corresponde a 48,6% do território do município.

O painel atualizado da atividade mineradora no Brasil e, especialmente, no Agreste alagoano, pode ser acessado diretamente pelo site oficial da Agência Nacional de Mineração (www.gov.br/anm), na seção de geoinformações.

Ele foi criado para oferecer transparência e permitir que qualquer pessoa acompanhe, de forma interativa, a distribuição da mineração no Brasil.

O painel da ANM oferece diversos filtros que facilitam a navegação por tipo de processo, fase de exploração, unidade federativa e substância mineral. Com essas opções, é possível identificar, por exemplo, quais estados concentram mais pedidos de pesquisa mineral ou lavras em atividade.

Expansão em 2025

Os estudos fazem parte do processo de levantamento e avaliação do potencial mineral da região, alinhando-se às diretrizes da Agência Nacional de Mineração (ANM). A MVV, que já possui atuação consolidada na exploração de cobre em Alagoas, busca identificar novas áreas com potencial econômico para futuras atividades extrativistas.

O avanço dos estudos da MVV na região reforça o interesse mineral no subsolo craibense, especialmente em um momento de crescente demanda por recursos minerais no Brasil e no mundo. A ampliação dessas pesquisas poderá indicar novas reservas e oportunidades para o setor mineral, além de impactar diretamente a economia local.

A autorização concedida para esses estudos possibilita a realização de levantamentos geológicos detalhados, análises de solo e outras atividades técnicas essenciais para avaliar o potencial mineral da região. Segundo especialistas, esse tipo de mapeamento é fundamental para entender a viabilidade de futuras operações de extração e seu possível impacto ambiental e social.

No entanto, o avanço da pesquisa mineral também levanta debates sobre os impactos socioambientais da mineração em larga escala. Moradores e ambientalistas destacam a necessidade de um planejamento que leve em conta a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais da região.

No ano passado, a Mineração Vale Verde, em Craíbas, fez 25 embarques de minério de cobre para outros países, totalizando 74 milhões de quilos de minério de cobre para a China, Índia, Finlândia e Polônia. Em janeiro de 2025, a empresa realizou seu primeiro embarque do ano com 9,3 mil toneladas secas (dmt) de concentrado de cobre, consolidando mais uma etapa de sua operação de exportação pelo Porto de Maceió.

No total, ainda de acordo com informações da empresa, mais de 300 mil toneladas de concentrado de cobre já foram exportadas para o exterior.

Com a possibilidade da venda para o grupo chinês Baiyin Nonferrous, a tendência é de que haja novos investimentos e também a procura por novas jazidas de cobre, níquel, ferro e ouro nos municípios de Craíbas, Arapiraca e Igaci.