Interior
Rezadeira mantém viva a tradição da cura espiritual em Arapiraca
Sebastiana Galdino dos Santos é procurada por dezenas de pessoas que buscam em suas rezas conforto e acalento

Nos momentos difíceis da vida, muitas pessoas ainda procuram as benzedeiras e rezadeiras para a “cura” do mau-olhado, problemas emocionais, espirituais e até de doenças.
Em Arapiraca, a segunda maior cidade de Alagoas com mais de 235 mil habitantes, a tradição não desapareceu ao longo dos anos.
Prova disso é a rezadeira Sebastiana Galdino dos Santos, de 64 anos de idade, pernambucana de Águas Belas e vive em Arapiraca há mais de 40 anos.
Dona Sebastiana é procurada por dezenas de pessoas que buscam cura, conforto e acalento, conquistadas por meio de suas rezas.
A mulher conta que conheceu sua espiritualidade por meio de um padre chamado Daniel, em sua cidade natal. Quando ainda era criança, Sebastiana Galdino disse que o sacerdote falou que ela sofreria muito, mas que era uma escolhida de Deus e seria usada para levar a cura ao próximo.
Depois disso, o primeiro caso não tardou e veio quando uma vizinha caiu no chão jogando futebol e pediu ajuda a ela. Dona Sebastiana conta que “puxou” a perna da colega e ela “ficou boa”.
Pouco tempo depois, o pai da mesma vizinha teve um problema de coluna, e ela diz que pisou nas costas dele e ele ficou curado. “É um dom de nascença, nem meus pais nem eu sabiam, mas Jesus já tinha me escolhido na barriga da minha mãe”, acredita ela.
O tempo passou e Sebastiana só veio se reconectar novamente com esse chamado já mais velha, quando casou e se mudou para Arapiraca, há 43 anos. Na Capital do Agreste, a benzedeira começou a participar das orações carismáticas e missas.
Católica, a mulher é devota da padroeira de Arapiraca: Nossa Senhora do Bom Conselho. Ela relembra um caso em que rezou com fé para Nossa Senhora do Bom Conselho e viu o resultado.
Benzedeira recebe mensagens de pessoas de todo o país
Analfabeta, Dona Sebastiana diz que não aprendeu a ler ou escrever, mas leva suas palavras e pedidos de cura da forma que pode. Em casa, a rezadeira tem um cantinho especial com diversas imagens e objetos de fé, que tornam o ambiente acolhedor para os muitos que vão procurá-la pessoalmente.
Pelo telefone celular, através do WhatsApp, a benzedeira recebe dezenas de mensagens em áudio e vídeo de pessoas de todo o país, que, mesmo que à distância, buscam nas palavras de Dona Sebastiana o conforto para os males do corpo e da mente.
Mesmo sem comprovação científica, especialistas médicos recomendam prudência e respeito diante da tradição popular das benzedeiras e rezadeiras.
Eles dizem que os costumes populares devem andar juntos com os atuais avanços científicos. Estudos recentes mostram que o apoio espiritual ajuda no bem-estar e até no processo de recuperação da saúde de uma pessoa.
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