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Projeto de empreendedora afro Tamires Santos é contemplado através de suas marcas na Lei Aldir Blanc

Por Assessoria 16/03/2022 16h33 - Atualizado em 16/03/2022 16h38
Projeto de empreendedora afro Tamires Santos é contemplado através de suas marcas na Lei Aldir Blanc
Numa ação como essa, a troca de conhecimento é uma via de mão dupla, como explicou Tamires Santos - Foto: Assessoria

Aconteceu neste mês de março o Projeto Mãos que Fazem: Oficinas de Artesanato e Doces da Roça - Contemplado na Lei Federal de Emergência Cultural Aldir Blanc, nº 14.017/2020 - Lei Aldir Blanc, no Município de Taquarana em Alagoas, com realização das marcas Naná Doces Artesanais da Roça e Tam Arte Lã.

Idealizado por Tamires Santos, Diretora da Central Única das Favelas - Cufa Taquarana e empreendedora afro, dona das marcas Naná Doces Artesanais da Roça e Tam Artes em Lã, o projeto ofertou oficinas de doces artesanais da roça e artesanato em lã para as mulheres das comunidades de Taquarana. Tamires, é neta de remanescentes do Quilombo Lagoa do Coxo, comunidade reconhecida em Taquarana, Alagoas, e desenvolve fazeres tradicionais desde a infância e, através dos ensinamentos de sua avó, sua família permanece na transmissão desses saberes e fazeres dos doces feitos com produtos direto da roça. Artesã desde os 11 anos de idade, com a tela ela tecia o ponto de cruz com a lã e até hoje faz bordados de acabamento invejável.

Numa ação como essa, a troca de conhecimento é uma via de mão dupla, como explicou Tamires Santos “passar o conhecimento, o fazer e o saber para cada pessoa e aprender junto com cada um ou uma, isso é gratificante. Muitos agora estarão também ensinando o que aprenderam para outras pessoas, passando assim de geração em geração”, disse Santos.

Através de suas marcas, Tamires Santos já participou de diversos projetos e, atualmente, com a bagagem de diversos cursos realizados, pôs em prática o “Projeto Mãos que Fazem”, contemplado pela Lei Aldir Blanc deste ano, “foi através dessa lei, que eu como artesã pude passar o meu conhecimento para outras pessoas, beneficiando não só a mim, mas cada um ou cada uma que teve a oportunidade de participar e aprender com as oficinas”, comemora Tamires Santos.

Odair José da Silva, um dos representantes da Central Única das Favelas - Cufa Taquarana, também acrescentou a importância dos fazedores de cultura e da culinária de Taquarana terem acesso as leis de incentivo, como a Lei Aldir Blanc, bem como a importância dessa lei para a Cufa Taquarana, “Foi muito importante acessar a Lei Aldir Blanc através do Cadastro de Pessoas Físicas - CPF, pois deu legalidade e poder ao empreendedor. Nós que fazemos parte da Cufa Taquarana nos sentimos elogiados por uma mulher empoderada, líder e afro, representar todas as mães, podendo passar aprendizado respeitando o saber de cada uma delas pois é um universo infinito. Conseguimos selecionar 11 (onze) mães para oficina de artesanato e 7 (sete) para oficina de doces, onde o Projeto Mãos que Fazem hoje está na casa de cada família que participou com o intuito de adquirir uma renda e passar adiante. A Cufa Taquarana agradece o desempenho das marcas Naná Doces Artesanais da Roça, Tam artes em Lã e todos os parceiros por toda contribuição e evolução social e empoderamento de saber.”, disse Silva.

O projeto, com base na cultura alimentar e no artesanato tradicional e popular da região do agreste, desenvolveu atividades de fabricação de doces artesanais da roça e de artesanato em lã através de oficinas, com o intuito de potencializar os bens culturais únicos da cultura alimentar e artesã do território e incentivar o empreendedorismo e a independência de mulheres negras das comunidades de Taquarana, fazendo com que suas marcas, Naná Doces Artesanais da Roça e Tam Artes em Lã, sejam também agentes de formação e transformação nessas comunidades.

Em contato com a Técnica de Cultura de Taquarana, Rackel Vieira, a mesma ressaltou a importância do projeto para as comunidades do município, "O projeto é de grande valia para o município, acredito que Mãos que fazem representa não só a incrível habilidade que se tem com o trançado, mas a determinação dessas mulheres artesãs, produzir peças desse nível no interior e por mulheres, indica que existe muita resistência nelas, são reais fortalezas. Sem falar na perpetuação da cultura do trançado, elas levam para filhos e netos", disse Vieira.

Além da parceria com a Lei Aldir Blanc, o projeto ainda conta com parceiros como Prefeitura de Taquarana, Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo de Taquarana, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal, Keka Rabelo, André Lourenci - designer gráfico e comunicação visual, Elohprint, CUFA-AL, Quintal Cultural, Movimento dos Povos das Lagoas, Sonhos em Crochê, Instituto Bico de Fulo e Quilombo Lunga.

As oficinas aconteceram entre o dia 03 de março e dia 12 de março, das 13h às 17h. Foram gratuitas à população, mas ofertadas apenas para as mães da favela que moram no Centro e no Alto das Colinas, atendidas pela Central Única das Favelas – Cufa Taquarana. Confira a seguir o cronograma de atividades desenvolvidas pelo projeto.

Local: Cozinha Escola da Naná Doces (endereço: Altos das Colinas - Pai João - Taquarana).