Interior

Onça-parda é capturada dentro de hotel no interior de São Paulo

Após ficar presa em armadilha feita por funcionários do estabelecimento, ela foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros

Por G1 12/02/2018 16h45
Onça-parda é capturada dentro de hotel no interior de São Paulo
Reprodução - Foto: Assessoria
Uma onça-parda foi capturada em um hotel de Indaiatuba, na manhã desta segunda-feira (12). Após ficar preso em uma armadilha feita por funcionários do empreendimento, o animal foi levado pelo Corpo de Bombeiros e será solto novamente, após avaliação, com apoio do Instituto Chico Mendes. Uma analista ambiental do órgão federal desaprovou a captura. De acordo com o hotel, que pediu para não ter o nome divulgado, a armadilha foi feita com laços, para não machucar o felino, após outros animais surgirem mortos no local. Pela manhã, a onça foi vista presa, os bombeiros foram acionados e a sedaram para fazer a captura. Ela foi levada em uma gaiola para a sede do grupamento, onde passará por medições e receberá um dispositivo para monitoramento antes de ser libertada, ainda conforme a corporação. Não houve feridos durante a operação. Fauna e flora O hotel fica localizado em uma área com mata preservada, às margens do Rio Capivari-Mirim. Cavalos, galinhas e gansos estão entre os animais criados no local. Analista ambiental do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), órgão ambiental do governo federal, Márcia Gonçalves Rodrigues desaprovou a captura do animal pelo hotel, alegando que ele está dentro de um território natural. "A gente está analisando a área, mas vai procurar soltar (a onça) próximo de onde ela foi resgatada porque, pelo que to vendo, é um animal que já estava estabelecendo território. É uma área de mata, nas margens do Rio Capivari-Mirim. É uma área natural do bicho. Tem represa, mata, canavial, tem um monte de capivara", apontou. Espécie ameaçada Márcia ressaltou que se trata de uma espécie ameaçada de extinção e que as capivaras devem ter atraído o felino, que é fêmea e tem aproximadamente dois anos. "Agora, a gente vai avaliar se ela tem tamanho suficiente para ela receber colar de monitoramento. Nos ajuda a ver a situação dela, de sobrevivência e tudo mais. Ela tá bem de saúde, dá pra ver que ela é um animal saudável. Pesou 22 quilos. Tá dentro do padrão esperado para fêmeas", acrescentou a analista ambiental. A especialista ainda fez um alerta envolvendo o ecossistema local. "É fundamental a gente manter nossa diversidade aqui porque senão a gente terá situações em que ocorrerá desequilíbrio ambiental, por exemplo, o caso do avanço da febre amarela, da febre maculosa. São situações em que a fauna entrou em desequilíbrio por falta de florestas ou outras consequências", finalizou.