Interior
Salinização do Rio São Francisco avança e afeta o abastecimento de Piaçabuçu
Problema foi provocado por novas reduções na vazão do rio em novembro e dezembro
A nova redução da vazão do Rio São Francisco de 750 m³/s para 700 m³/s agravou a situação do abastecimento de Piaçabuçu. É que, com o avanço da cunha salina, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) voltou a ter dificuldades em realizar o tratamento da água.
A Casal já havia adotado, desde junho, um regime de captação favorecendo os horários de maré baixa. De acordo com o vice-presidente de Gestão Operacional da companhia, Francisco Beltrão, essa medida foi tomada para que o líquido tratado e distribuído tivesse um teor mínimo de salinização. A redução mais recente, contudo, fez a salinização do rio se agravar.
Para solucionar o problema de abastecimento definitivamente, a Casal elaborou um projeto de ampliação da estação de captação e da estação de tratamento de água (ETA) que atendem ao município. A proposta também prevê a implantação de um reservatório pulmão. Com as novas instalações, a companhia ampliará o bombeamento, a reservação e o tratamento de água de modo a compensar o período em que o sistema é paralisado devido ao excesso de sal no rio São Francisco. O projeto foi encaminhado ao Ministério da Integração Nacional. A Casal aguarda agora a aprovação dos recursos para a realização das obras.
Como medida de curto prazo, a empresa intensificou o monitoramento dos níveis de sal contido na água do rio e solicitou à Defesa Civil Estadual a disponibilização de carros-pipa para reforçar o abastecimento de Piaçabuçu.
No transcorrer de 2016, a Chesf operou duas reduções majoritárias na vazão do rio São Francisco. A primeira, efetuada no primeiro semestre do ano, fixou o nível do rio em 800 m³/s. A redução mais recente teve início em 21 de novembro — quando a vazão foi reduzida a 750 m³/s. Na última segunda-feira (12), a vazão foi mais uma vez diminuída em 50 m³/s, passando para 700 m³/s.
De acordo com a Chesf, a medida foi tomada em decorrência da diminuição do nível da barragem do Sobradinho, na Bahia. Segundo a empresa, o reservatório chegou a 6% da sua capacidade total de armazenamento.
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