Esportes
Decisão sobre futuro do presidente do Corinthians deve sair em abril
Prazos previstos no estatuto e festas de fim de ano vão alongar o processo de impeachment por cerca de cinco meses
Apesar da entrega do requerimento exigindo a saída do presidente Roberto de Andrade nesta terça-feira, o Corinthians não terá uma decisão rápida sobre o futuro da diretoria. Na avaliação dos grupos oposicionistas responsáveis pela elaboração do pedido, o processo só deve ser votado pelo Conselho Deliberativo em meados de abril de 2017.
Os prazos previstos no estatuto do Corinthians consumirão cerca de 45 dias a partir da chegada da documentação às mãos do presidente do Conselho, Guilherme Strenger, provavelmente nesta quarta-feira. A previsão é de que as festas de fim de ano atrasem ainda mais as etapas.
O período favorece para que Roberto de Andrade formule sua defesa e evite o impeachment. O dirigente só se pronunciará depois de ser comunicado pelo Conselho da abertura do processo.
O pedido da oposição tem como base assinaturas de Andrade como presidente do clube antes mesmo de ser eleito, reveladas pela revista Época. Na primeira, ele rubricou lista de presença de assembleia geral de cotistas da arena. Depois, o nome do dirigente aparece em uma ata e no contrato do estacionamento do estádio com a Omni, empresa que também controla o Fiel Torcedor. Andrade alega que assinou depois de ter sido eleito presidente.
O grupo da situação, que ainda inclui o ex-presidente Andrés Sanchez, avalia que a demora no andamento do processo pode ser ruim para a decisão. O temor é de que o número de apoiadores da destituição de Andrade possa aumentar com o passar do tempo. Foram 63 assinaturas de conselheiros entre 345 possíveis.
Como funciona?
O presidente do Conselho Deliberativo tem até cinco dias para encaminhar o requerimento à Comissão de Ética e Disciplina, que comunicará Roberto de Andrade. Ele terá prazo de dez dias a partir do recebimento para apresentar a defesa.
Em mais dez dias, a Comissão precisa entregar um parecer ao presidente do Conselho para dar prosseguimento processo, mas sem poder de veto. Strenger convocará então uma reunião extraordinária entre conselheiros para a votação do afastamento ou permanência do presidente.
Se o impeachment passar no Conselho, o presidente será afastado imediatamente, mas ainda terá uma última chance de ficar no cargo. O Corinthians passará por uma assembleia geral de associados para, em última instância, decidir pelo futuro do dirigente.
Se Roberto de Andrade deixar a presidência, o primeiro vice, André Luiz de Oliveira, o André Negão, assume. Como restam mais de seis meses para o próximo pleito, marcado para fevereiro de 2018, ele será obrigado a convocar novas eleições.
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