A Globo definiu para 5 de janeiro a exibição de um capítulo especial de ‘Três Graças’, estruturado inteiramente como um retorno ao passado para esclarecer, de forma completa, as circunstâncias que levaram à morte de Rogério, personagem vivido por Eduardo Moscovis. A informação foi apurada pela jornalista Carla Bittencourt, do portal LeoDias, e confirma que a emissora prepara sua virada narrativa mais robusta desde a estreia do folhetim.

O episódio se organiza a partir da aparição do fantasma de Rogério para Josefa, papel de Arlete Salles, momento em que o enredo introduz a legenda “cinco anos antes” e desloca a ação para a noite decisiva. O público acompanha uma longa sequência contínua, concebida para reconstruir, sem cortes paralelos, tudo o que ocorreu entre a última discussão de Rogério e Ferette (Murilo Benício) na Fundação e os desdobramentos que culminaram na morte do empresário.

A narrativa retoma materiais já vistos em capítulos anteriores, mas agora rearranjados em ordem cronológica e com cenas expandidas. Esse movimento permite observar, com precisão, como Ferette e Arminda (Grazi Massafera) elaboraram um plano para transformar o assassinato em um falso suicídio. O especial detalha a evolução da briga entre os dois homens, o sequestro forjado de Raul, interpretado por Paulo Mendes, e a explosão da lancha usada para mascarar o crime, compondo um mosaico coerente dos indícios apresentados ao longo da novela.

A produção dedica atenção minuciosa à caracterização de todos os envolvidos nesse recorte temporal. Ferette, Rogério, Arminda e Macedo (Rodrigo García) retomam exatamente os figurinos e visuais exibidos nos flashbacks dos capítulos 38 e 45, como previsto no roteiro. Outras figuras presentes no passado, incluindo Josefa e Gerluce (Sophie Charlotte), surgem com ajustes sutis de maquiagem e vestuário para demarcar a diferença de época. Esse alinhamento visual reforça a continuidade estética exigida pela dramaturgia.

O especial avança até o amanhecer, quando o corpo de Rogério é finalmente resgatado no mar e a narrativa retorna ao tempo presente. A partir desse ponto, a trama ganha impulso adicional, com Arminda confrontada pela presença inquietante do marido. Nos bastidores, o capítulo é tratado como a peça que integra todos os elementos espalhados desde outubro, quando o romance estreou na faixa principal de dramaturgia.

Enquanto finaliza esses ajustes, a Globo monitora atentamente o desempenho do folhetim. De acordo com a Kantar Ibope Media, ‘Três Graças’ mantém média de 21,8 pontos na Grande São Paulo desde a estreia em 20 de outubro. O resultado acompanha o índice registrado por ‘Dona de Mim’, exibida às 19h, mas permanece aquém do patamar historicamente associado ao principal horário de novelas da emissora. A distância em relação às metas tradicionais mantém o setor de dramaturgia em estado de observação, embora a avaliação interna seja de que a obra ainda movimenta debates relevantes e possui margem para retomada.

A novela criada por Aguinaldo Silva, com colaboração de Virgílio Silva e Zé Dassilva, conta com direção artística de Luiz Henrique Rios e produção de Gustavo Rebelo e Silvana Feu. Mesmo enfrentando repercussão abaixo das expectativas históricas, o projeto segue com previsão de permanência no ar até maio. A substituta já está definida: ‘Quem Ama, Cuida’, assinada por Walcyr Carrasco e Claudia Souto.