Educação

Estudantes de Chã Preta visitam redação da Tribuna e vivenciam na prática o processo jornalístico

Jovens tiraram dúvidas sobre comunicação, combate à desinformação e a importância da apuração no processo de produção das pautas

Por Lucas França com Tribuna Hoje 25/11/2025 12h14 - Atualizado em 25/11/2025 16h01
Estudantes de Chã Preta visitam redação da Tribuna e vivenciam na prática o processo jornalístico
Alunos visitam redação da Tribuna para bate-papo sobre comunicação e jornalismo alagoano - Foto: Sandro Lima

Alunos da Escola Estadual Izidro Teixeira, localizada no município de Chã Preta, na Zona da Mata Alagoana, na 4° GEE,  visitaram nesta terça-feira (25), a redação do Portal Tribuna Hoje e Jornal Tribuna Independente, em Maceió, para um bate-papo sobre comunicação, jornalismo, produção de notícias e combate à desinformação. A atividade fez parte do Itinerário Formativo TAC (Tema de Aprofundamento Curricular), conduzido pelas professoras Janaelle Monique Albuquerque e Egirlene Tenório da Silva.

Conforme Janaelle, o objetivo foi aproximar os estudantes da prática profissional e ampliar a compreensão deles sobre o funcionamento da comunicação. “Eu percebi que eles entendiam a informação, mas não o processo da comunicação em si. Então, lancei nas três turmas a ideia de conhecermos como funciona, de termos acesso aos profissionais que trabalham diariamente com as notícias. Eles ficaram super interessados. Hoje a gente encarou como uma prática daquilo que estavam tendo teoricamente, vivendo uma experiência proporcionada por vocês da Tribuna. Só temos a agradecer esse momento rico de aprendizagem”, destacou.

Cheios de dúvidas, estudantes tiveram oportunidade de fazerem seus questionamentos aos jornalistas e diretores da Jorgraf (Foto: Sandro Lima)



A professora explicou ainda como funciona o itinerário dentro da escola. “O TAC trabalha quatro eixos. Tivemos comunicação, educação financeira, competências digitais e iniciação científica. Esses itinerários foram implementados depois do ensino integral. São 26 matérias no total: as curriculares que já conhecemos, como português, matemática, física, química etc, e os itinerários com clube de dança, clube juvenil, Dote, TAC e outros. A ideia de trazer os alunos para a redação surgiu exatamente no eixo da comunicação”, ressaltou Janaelle.

Primeiras impressões: alunos descobrem como nasce uma notícia

Cheios de dúvidas e com muitos questionamentos, os alunos aproveitaram a oportunidade para conhecer melhor o processo de produção jornalística antes, durante e depois do conteúdo chegar aos públicos alvos.

O estudante Higor Luanderson Macena da Silva, 16 anos, do 1º ano, comemorou o aprendizado. “Eu não tinha muita sabedoria em relação a criação da notícia. Quando eu vim hoje, aprendi mais sobre como funcionam as mídias e achei muito legal. Foi uma experiência nova. Nunca tinha tido contato direto com profissionais assim como vocês. Esse conhecimento novo foi muito massa'', comentou analisando que a as notícias online cativam um público mais jovem, enquanto o impresso por ser reportagens mais aprofundadas com mais elaboração dos fatos é para as pessoas que consomem mais o jornalismo impresso que buscam por uma informação mais completa. 

Já a estudante Maria Eduarda, do 1º B, que completou 16 anos hoje, destacou como a experiência ajudou a compreender melhor o que é informação confiável. “A gente vê tudo pelas telas, mas não sabe o que é verídico. Eu mesma não costumava procurar a fonte. Hoje entendi como é importante você saber o verídico e conseguir passar para outras pessoas de uma forma mais complexa. Sempre preferi o jornal impresso — talvez espírito antigo, mas nele há um material mais aprofundado que nos faz ter um senso crítico mais apurado. Acho mais interessante. Essa visita de fato foi um grande aprendizado.”

Visita esclareceu dúvidas dos estudantes (Foto: Sandro Lima)



A aluna Naomy Mércia Clemente, do 1º ano técnico em Publicidade, ficou impressionada com a dinâmica de produção das matérias. “Aprendi que é uma forma bem dinâmica. Vocês dividem tudo de tal forma que cada um faz sua parte e juntando as informações vira algo leve, porém feito de forma organizada, apurada e ética, inclusive até para redes sociais e isso é muito importante, porque a comunicação faz parte da nossa rotina diária. Tudo agora é comunicação. A professora sempre explicou. Na escola, nas redes, na vida. É muito importante”, pontuou mostrando que entendeu os cuidados necessários em relação as fakes news.  “A gente precisa procurar sites mais confiáveis, ver se outros sites têm a mesma informação e também procurar jornais impressos, porque nas redes sociais muita coisa pode ser modificada”.

Para a aluna Jaynara Benjamin da Silva, do 1º A, a visita mostrou que o jornalismo  tem o poder de desenvolver o senso crítico do cidadão - seja ele, leitor, internauta, ouvinte ou telespectador. “Pra mim, comunicação é como se fosse uma aula para gente aprender a ser crítico. Procurar saber a fonte, saber opinar. Eu sou mais das redes, confesso, mas sempre que vejo uma pauta procuro saber as fontes — embora nem sempre a gente saiba se é verídico, mas com o conhecimento de hoje a gente consegue ficar mais atentos as desinformações''. 

Comunicação, sociedade e responsabilidade: reflexões de uma educadora


A professora Egirlene Tenório, responsável por itinerários como o Laboratório de Integração Social, relacionou a visita ao papel social do jornalismo. “Um dos temas das minhas aulas foi justamente o poder da comunicação em todas as fases da vida. Trabalhamos temas sociais, econômicos e geográficos. Inclusive já debatemos a destruição que está acontecendo em Maceió por causa da exploração irregular da Braskem. Isso envolve poder econômico e suas consequências”.

Para ela, mostrar aos alunos como funciona um veículo profissional ajuda a combater a desinformação. “A importância é que eles vejam que, como no jornal de vocês, existem várias áreas e vários tipos de assunto. Eles aprendem sobre sociedade, economia, política. Quando vocês publicam sobre a Braskem, por exemplo, eles ficam cientes de como funciona a própria sociedade. E também entendem por que certos governos não contribuem com publicações, porque economicamente para eles é inviável. Então, essa abertura que vocês nos deram, essa troca de experiências com certeza foi especial e vai ajudar formar jovens conscientes e com senso crítico para debater as situações que podem enfrentar''. 

Foto: Sandro Lima