Educação

Arte Capoeira resgata identidade, fortalece vínculos e transforma vida de estudantes

Iniciativa promove a cultura afro-brasileira em unidades da rede pública municipal de ensino da capital

Por Semed 21/09/2025 14h50
Arte Capoeira resgata identidade, fortalece vínculos e transforma vida de estudantes
Projeto contempla mais de dois mil estudantes - Foto: Bianca Rodrigues/ Ascom Semed

A quadra da Escola Municipal Antídio Vieira, no bairro Vergel do Lago, encheu de energia, música e emoção com a realização do quarto pit stop da Capoeira. O evento celebra os resultados mensais do projeto Arte Capoeira, desenvolvido em 20 escolas da rede pública de ensino de Maceió.

Comandado pelo mestre Besourão, o pit stop ocorreu no dia 12 de setembro e contou com apresentações dos alunos, rodas de capoeira, mestres convidados e muita vibração positiva. O projeto é uma parceria da Secretaria Municipal de Educação (Semed) com o Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô. A iniciativa atende 2.583 crianças e adolescentes da capital alagoana que estudam em unidades de ensino municipais.

“Sempre tivemos esse sonho de levar a Capoeira para dentro das escolas. Agora, com essa parceria, estamos contemplando mais de dois mil alunos com essa cultura maravilhosa, que é a cultura afro-brasileira”, celebrou Benedito Jorge, coordenador-adjunto do Centro Anajô.

Celebração em torno da cultura

O pit stop acontece todo mês em uma das 20 escolas participantes do projeto. A ideia é reunir a comunidade escolar, estudantes, professores, mestres, diretores e coordenadores escolares para apresentar o trabalho desenvolvido durante aquele período mensal.

“É um momento para mostrar o que está sendo feito, fortalecer os laços entre os alunos e valorizar essa arte que é parte da nossa identidade”, explicou o mestre Besourão, idealizador do evento.

A diretora da Escola Antídio Vieira, Eladjama Pereira, destacou com entusiasmo a receptividade do projeto. “Foi um sucesso! O Arte Capoeira traz pertencimento e resgate cultural. É uma honra para nossa escola fazer parte”, enfatizou.

Instrumento de transformação


Entre os alunos, Victor Lucas, do 7º ano do Ensino Fundamental, destacou os benefícios para o corpo. “A capoeira movimenta o corpo todo. A gente não vai ficar travado quando ficar mais velho. Olha o mestre Bomba, tem 51 anos e está super bem!”, disse.

Diego Rafael é uma pessoa autista de 17 anos de idade. Ele reforçou o impacto positivo da inclusão social no ambiente escolar. “Gostei da Capoeira, foi bom demais! Toda a escola participou, foi uma união só. Senti-me acolhido", comemorou.

Alana Rebeca, do 8º ano B, compartilhou o que aprendeu com a prática na escola ao superar preconceitos. "Capoeira é alegria, cultura e respeito. Agora, eu sou feliz jogando”, revelou.

Combate ao racismo


O projeto vai além da atividade física. Ele se firma como ferramenta de educação antirracista, promovendo a valorização da história e das tradições afro-brasileiras, muitas vezes apagadas ou estigmatizadas nos espaços escolares.

“A capoeira educa o corpo, a mente e o espírito. Ensina disciplina, cooperação, resistência e autoestima. É um direito cultural e pedagógico que estamos garantindo aos nossos estudantes”, afirmou o coordenador-adjunto do Centro Anajô.

Mais que aulas


O Projeto Arte Capoeira é uma iniciativa da Semed, com apoio do Centro Anajô, e marca uma mudança na forma como a educação pública municipal lida com a diversidade cultural e racial. A expectativa é que o sucesso do programa impulsione sua expansão para outras escolas nos próximos anos.

Em uma escola diferente a cada mês, o pit stop se consolidou como parte essencial da vivência dos alunos no projeto. E após o sucesso do evento na Escola Antídio Vieira, a expectativa para o próximo encontro, ainda neste mês de setembro, é grande.

Enquanto isso, a ginga, os toques do berimbau e os cantos continuam ecoando nos corredores das escolas, levando com eles muito mais do que arte: levam a identidade, a resistência e um futuro sem preconceitos.