Três escolas estaduais foram premiadas na Matexpo, maior exposição de projetos matemáticos promovida pelo Instituto de Matemática da Universidade Federal de Alagoas (IM-Ufal). A premiação aconteceu no último dia 13, no Auditório da Reitoria da Ufal, e as escolas estaduais Dr. Alcides Andrade, de Penedo; Princesa Isabel, de Maceió; e Moreira e Silva, também da capital, foram, respectivamente, 1º, 2º e 3º lugares do Nível 3, categoria correspondente ao ensino médio.

A Matexpo faz parte da programação Matfest, encontro realizado anualmente pelo Instituto de Matemática da Ufal e que conta com uma vasta programação de palestras e exposições. Este ano, as atividades aconteceram até sexta-feira (13) no Campus A.C Simões, em Maceió. Além das três instituições premiadas, outras quatro escolas estaduais expuseram seus projetos na mostra: Professor Loureiro, de Murici; João Morais Cavalcante, de Rio Largo; Rubens Canuto, de Maceió; e Benedita de Castro Lima, também de Maceió.

“Esta é a décima edição da Matexpo e só temos a comemorar, pois, em uma década, o evento teve um crescimento notável, com maior engajamento das escolas, que, além de exporem seus projetos, oportunizam aos seus estudantes este primeiro contato com a Ufal. A qualidade dos trabalhos também chama a atenção e isso ficou evidente na premiação, onde tivemos escolas privadas, municipais e estaduais ganhando medalhas”, comentou a coordenadora da Matexpo, Elaine Silva, professora do IM-Ufal.

Superação

As três escolas premiadas destacam a importância da Matexpo e esforço e dedicação empreendidos no desenvolvimento dos projetos.

Bicampeã do Nível 3 pelo segundo ano consecutivo, a Escola Estadual Dr. Alcides Andrade levou para a mostra o projeto “Desvendando Planos: a Arte da Planificação”. O professor Dasley de Souza elogiou o empenho de seus estudantes e falou que a Matexpo despertou na instituição a ideia de se formar uma equipe de matemática.

“Temos na equipe alunos do ano passado bem como novatos que se juntaram ao grupo motivados pela conquista de 2023. Estar aqui pela segunda vez é gratificante e isso só foi possível pelo engajamento de nossos estudantes. Sou da escola pública e sempre acreditei no potencial de nossos jovens. A prova disso é que a premiação da categoria ensino médio foi dominada pelas escolas estaduais”, destacou Dasley. “Estes meninos são da zona rural, são muito esforçados. É emocionante estar aqui novamente”, complementou o diretor-geral da escola, Ronaldo Vicente.

Um dos componentes da equipe, o estudante Jaylan Leite falou do empenho para trazer o projeto para a mostra. “Foram dias, tardes, noites, estudando. Desenvolver uma ideia do zero não é fácil e todos os premiados estão de parabéns”, destacou.

Ensino Integral

As três unidades premiadas integram o grupo das escolas que ofertam o ensino médio integral. Nas escolas Princesa Isabel e Moreira e Silva, os professores Manoel Joaquim da Silva e Rodrigo Costa contam que as ideias que desencadearam nos trabalhos expostos na mostra surgiram a partir de atividades do regime integral.

“A ideia do projeto do Teorema de Pick surgiu a partir da disciplina eletiva de Matemática Criativa. Recebemos Menção Honrosa durante a Sinpete, da Ufal, em outubro e, agora, fomos premiados na Matexpo. É gratificante ver a alegria dos meninos”, contou o professor Manoel, que leciona na Princesa Isabel.

“Submetemos o projeto faltando duas horas para o fim das inscrições e sou muito grato aos nossos alunos por terem se empenhado ao máximo. Escolhemos a temática de Epiciclóides e Aritmética Modular e eles assimilaram o assunto com muita facilidade, visto que, em nossa escola, trabalhamos a matemática olímpica com foco em olimpíadas como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, a OBMEP”, revelou Rodrigo, professor do Moreira e Silva.

Os estudantes também celebraram as conquistas. “Projetos como os que vimos aqui expostos na Matexpo mostram porque Alagoas tem melhorado os seus índices educacionais nos últimos anos”, observou Lucas Augusto, da Princesa Isabel. “A MatFest foi uma experiência enriquecedora, pois aprendi apresentando e assistindo as apresentações de outros alunos. Além disso, tive a chance de conhecer e ter contato com professores do nível superior”, pontuou Kimberly Matias, da Moreira e Silva.