Economia

Mercado eleva previsão da inflação para 2024 e 2025

Projeção de expansão da economia ficou em 1,6%

Por Agência Brasil 15/02/2024 12h37
Mercado eleva previsão da inflação para 2024 e 2025
A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC - Foto: Marcello Casal JR/Agência Brasil

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao  Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – teve  elevação, passando de 3,81% para 3,82% este ano.

A estimativa está no Boletim Focus desta quinta-feira (15), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central
(BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais  indicadores econômicos.

Para 2025, a projeção da inflação também  subiu de 3,5% para 3,51%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,5%
para os dois anos.

A estimativa para 2024 está dentro do  intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para  baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Para 2025 e 2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com a mesma tolerância.

Em janeiro, pressionada pela alta dos alimentos, a inflação do país foi de 0,42%, abaixo do apurado em dezembro, de  0,56%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE). Em 12 meses, o IPCA soma 4,51%.

Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros
- a Selic - definida em 11,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O comportamento dos preços já fez o BC cortar os juros pela  quinta vez consecutiva, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

Em comunicado, o Copom indicou que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista
“necessária para o processo desinflacionário”. O órgão informou que a  interrupção dos cortes dependerá do cenário econômico “de maior prazo”.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom  elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário  que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic  tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série
histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para  estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Para o mercado financeiro, a Selic deve  encerrar 2024 em 9% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é que a
taxa básica caia para 8,5% ao ano e se mantenha nesse patamar em 2026 e 2027.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de  juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos  nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na  hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de  inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais  altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano permaneceu em 1,6%.  Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 2%.  Para 2026 e 2027, o mercado financeiro projeta expansão do PIB também em 2%, para os dois anos.

Superando as projeções, no terceiro trimestre do ano passado a economia brasileira cresceu 0,1%, na comparação com o segundo trimestre de 2023, de acordo com o IBGE. Entre janeiro e setembro, a alta acumulada foi de 3,2%.

Com o resultado, o PIB está novamente no  maior patamar da série histórica, ficando 7,2% acima do nível de antes  da pandemia, registrado nos três últimos meses de 2019. Os dados do  quarto trimestre de 2023, com o consolidado do ano, serão divulgados  pelo IBGE em 1º de março.
 

No caso do dólar, a previsão de cotação está em R$ 4,92 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a
moeda americana fique em R$ 5.