Economia

Preços de carros seminovos sobem 40% em Alagoas

Queda na produção de veículos novos faz aumentar valor de usados e foi causada por fechamento de fábricas na pandemia

Por Tribuna Independente com Sirley Veloso – Colaboradora 30/10/2021 11h24
Preços de carros seminovos sobem 40% em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
A queda na produção de carros novos vem elevando o preço dos veículos usados e gerando uma situação atípica no mercado. Segundo o presidente do Sindicato dos Concessionários de Veículos do Estado de Alagoas (Sincodiv/AL), Luiz Pires, a falta de semicondutores, componentes responsáveis por vários comandos e praticamente indispensável nos carros modernos, tem atingido a indústria automobilística. “Em Alagoas estamos deixando de vender 1 mil carros novos ao mês, o que representa quase vinte e cinco mil carros durante o período de pandemia”, afirmou Pires. Conforme o presidente do Sincodiv, o preço dos seminovos nesse período de um ano e meio aumentou até 40%. “Isso é mais ou menos o seguinte: um carro que no início de 2020 custava R$ 50 mil, hoje está custando R$ 70 mil”, exemplifica, Pires. A pandemia da Covid-19, além das milhares de vidas perdidas, deixou a economia em colapso: fábricas fechadas, por conta da necessidade do isolamento social, e com produções suspensas. Luiz Pires afirma que a defasagem na produção de veículos nesse período de pandemia é 1 de milhão e meio de automóveis, no Brasil. “O fato gerou um desabastecimento de carros novos e consequentemente um aumento na procura por seminovos”, disse ele. Pires disse ainda que, “a previsão da indústria automobilística era a de colocar 2 milhões e 300 mil carros novos no mercado, mas não vai chegar a 2 milhões”. Ele completou dizendo que, “para ter ideia, um semicondutor que custava 30 dólares, passou a custar 300 dólares. Então a regularização do mercado só irá acontecer com a estabilização econômica do País”. Para Marcos Padilha, gerente de seminovos de uma concessionária na capital alagoana, além de componentes eletrônicos, chegaram a faltar bancos, pneus e até tapetes para carros, durante a pandemia de Covid-19. “Nós recebíamos entre 100 e 120 carros novos antes da pandemia. Durante a pandemia esse número caiu para 40 ou 50 veículos por mês”, relatou. Com a escassez dos novos, Padilha disse que a concessionária vem pagando valores bem maiores em carros usados. “Agora mesmo paguei R$ 110 mil em um carro, que normalmente custaria R$ 100 mil, somente para não ficar sem o seminovo no estoque. Um novo desse custa R$122 mil”, declarou. Jurandir do Nascimento que realizava a troca de um ônix 2018 por um Jeep Renegade 2020, afirmou que não resistiu. “O Renegade era o carro dos meus sonhos e foi a oportunidade, já que o preço está bem convidativo. Vou sair daqui com o meu desejo realizado e um veículo dois anos mais novo”, afirmou. O repórter fotográfico Adailson Calheiros disse que foi surpreendido com o aumento do valor dos carros usados. “E não tenho como fazer diferente. Tenho mesmo que comprar. Minha filha está precisando com urgência e não temos como protelar essa compra”, afirmou Calheiros.