Economia

Prejuízo de concessionárias de veículos chega a R$ 300 milhões em Alagoas

Com queda nas vendas devido à pandemia, estado deixou de arrecadar cerca de R$ 15 milhões no setor

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 06/01/2021 08h20
Prejuízo de concessionárias de veículos chega a R$ 300 milhões em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
As vendas de veículos novos despencaram em todo o país, com queda de 26,15% em 2020, segundo informações da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Segundo a entidade, foi a primeira queda nas vendas em quatro anos e o maior tombo anual desde 2015 (26,55%), reflexo da pandemia do coronavírus. No estado de Alagoas não foi diferente, porém o segundo semestre trouxe surpresas para o setor, que vem se recuperando após a flexibilização do decreto do governo diante da pandemia do coronavírus. De acordo com o presidente do Sindicato dos Concessionários de Veículos do Estado de Alagoas (Sincodiv/AL), Luiz Pires, o cenário considerado preocupante, tomou conta do primeiro semestre de 2020, destacando ter sido um ano atípico para todos os segmentos. O prejuízo foi de aproximadamente R$ 300 milhões e o estado deixou de arrecadar cerca de R$ 15 milhões somente no setor de automóveis. “Comparado ao ano de 2019 houve uma redução de 26,7% levando em consideração a métrica de emplacamento a nível nacional. Embora em Alagoas, a queda tenha sido menor de 17,5%, o cenário foi complicado de se explicar”, enfatizou. “No primeiro semestre entre março e abril a previsão era bem pessimista do ano de 2020, o setor vivia uma preocupação grande sem saber como terminaria o ano. Em 2019 foram emplacados cerca de três milhões de automóveis e caminhões, já no ano de 2020 não se esperava nada mais do que um milhão de emplacamentos entre fevereiro e abril”, destacou Luiz Pires. Ainda de acordo com o presidente do Sincodiv/AL, na proporção em que houve a reabertura gradual dos estabelecimentos por meio do decreto estadual, a partir do mês de junho houve uma retomada nas vendas, além da produção que se equilibrou parcialmente no segundo semestre. “Então, no segundo semestre acredito que foi melhor, até mais do que o mesmo período de 2019. O prejuízo ficou no primeiro semestre de 2020, que não conseguimos tirar a diferença no segundo semestre, e para complicar ainda mais, por força da desativação e desmobilização das indústrias fabricantes de automóveis e dos fornecedores quando a economia retomou as atividades e pique de crescimento faltou matéria-prima para produção”, explicou. Luiz Pires disse também que a partir de outubro houve falta de veículos nas concessionárias e consequentemente no setor, ele acredita que se tivesse havido abastecimento regular a redução nacional teriam sido compensados. “Foi para nós uma grata e boa surpresa, a recuperação no segundo semestre. Nos surpreendeu positivamente por tudo o que vivemos no primeiro semestre, de forma geral terminamos ainda bem, equivalente ao ano de 2016, quando houve uma crise política e econômica”, declarou. O sindicalista espera que em 2021 haja um abastecimento de matéria-prima para que as indústrias voltem a produzir e o setor se equilibre e venha a ter um crescimento em relação a 2020. Varejo comprou e vendeu cerca de 18 mil automóveis seminovos e usados em janeiro   Em contrapartida, o varejo de automóveis comprou e vendeu cerca de 18 mil veículos seminovos e usados no mês de janeiro na plataforma de repasse online da Auto Avaliar. O volume representa cerca de 10% do total de venda de modelos zero quilômetro pelas distribuidoras no período, com 184 mil unidades emplacamentos. O montante negociado na plataforma da empresa é 38% maior em relação a janeiro do ano anterior, quando foram registradas cerca de 13 mil unidades vendidas. Segundo dados da plataforma Auto Avaliar, o comércio eletrônico de veículos seminovos e usados no Brasil atingiu a cifra de R$ 5,2 bilhões em negócios no ano de 2019. A movimentação financeira é 53% maior em relação ao período do exercício anterior, quando as vendas somaram R$ 3,4 bilhões. As distribuidoras comercializaram no ano passado cerca de 180 mil automóveis pela plataforma da Auto Avaliar, um crescimento de 41% em comparação com o ano anterior. O valor médio das vendas foi de R$ 28,8 mil por veículo em 2019. Segundo JR Caporal, CEO da Auto Avaliar, o varejo de automóveis tem sido afetado amplamente pela queda da atividade econômica causada pelo isolamento social no combate ao novo coronavírus. “Por outro lado, as negociações pela internet podem ser uma boa alternativa para concessionárias e lojistas neste momento”, disse. “Por isso, que oferecermos ao mercado o sistema de Avaliação Online, que permite ao consumidor enviar pela internet para as concessionárias as informações e fotos do carro ofertado na troca por um novo modelo. Na sequência, os distribuidores avaliam os dados e retornam com uma possibilidade de negociação”, acrescentou. “De qualquer forma, o repasse online de seminovos é atualmente uma estratégia utilizada pelo varejo automobilístico para ampliar seus negócios no Brasil, em paralelo com as vendas de zero quilômetro. O uso de uma plataforma B2B para comércio de veículos traz mais agilidade e garante, sobretudo, maior transparência no repasse de automóveis feito entre concessionárias e lojistas”, concluiu.