Economia

Presidente do BCl, Campos Neto confirma que devastação ambiental afugenta investidores

Política predatória de Ricardo Salles no Meio Ambiente deve provocar retirada de US$ 24 bi em investimentos neste ano, segundo projeções de instituto ligado a bancos internacionais

Por Revista Fórum 14/10/2020 08h44
Presidente do BCl, Campos Neto confirma que devastação ambiental afugenta investidores
Reprodução - Foto: Assessoria
Em entrevista à CNN Brasil na noite desta terça-feira (13), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, confirmou a política predatória do meio ambiente, capitaneada pelo ministro Ricardo Salles no governo Jair Bolsonaro, é um dos principais fatores para a fuga dos investidores do país. “O que começou a ficar mais aparente é essa percepção em relação a tudo que é uma agenda de sustentabilidade, hoje tão disseminada em outros países. Essa percepção, às vezes pela narrativa ou às vezes pelo que tem acontecido [no Brasil], estava fazendo com que os fluxos para o Brasil não estivessem voltando na mesma proporção que eles voltavam em alguns países emergentes. De fato, existe essa preocupação [ambiental dos investidores]”, disse Campos Neto. Projeções do Institute of International Finance, que reúne 450 bancos e fundos de investimento em 70 países, citadas pela Folha de S.Paulo, calculam que neste ano o saldo entre aplicações e retiradas de não residentes no Brasil ficará negativo em US$ 24 bilhões (R$ 134 bilhões). Antes da pandemia, porém, em 2019, as saídas somaram US$ 11,1 bilhões (R$ 62 bilhões). A fuga de capitais em 2020 também já é recorde, com a saída de R$ 88,6 bilhões da bolsa de valores, quase o dobro de 2019, quando saíram R$ 44,5 bilhões. Em linha com Paulo Guedes, ministro da entanto, o presidente do BC fez questão de ressaltar, no entanto, que “o que mais aflige hoje o investidor é o fiscal”, antes de propagar a ideia das reformas neoliberais. “Precisamos mostrar que o Brasil pode fazer tudo o que precisa dentro de uma trajetória fiscal sustentável. O que as pessoas querem enxergar do governo é, uma vez passada a pandemia, ‘qual o seu plano de reformas?’”, afirmou.