Economia

Frenesi com retomada de economia respalda maior sequência de altas do Ibovespa desde 2018

Volume financeiro somou 32,69 bilhões de reais

Por Reuters 08/06/2020 23h30
Frenesi com retomada de economia respalda maior sequência de altas do Ibovespa desde 2018
Reprodução - Foto: Assessoria
O Ibovespa fechou em alta pelo sétimo pregão consecutivo nesta segunda-feira, na maior sequência diária de ganhos em mais de dois anos, ainda embalado pelo ‘frenesi’ com a reabertura de economias, em um ambiente de ampla liquidez global e taxas de juros em mínimas recordes no mundo. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou o pregão com acréscimo de 3,18%, a 97.644,67 pontos. O volume financeiro somou 32,69 bilhões de reais. A última vez que o Ibovespa subiu sete ou mais pregões consecutivamente foi em fevereiro de 2018 - fechou em alta por nove pregões. Apesar da forte recuperação frente à mínima do ano de 61.690,53 pontos, em março, o índice segue distante da máxima histórica intradia de 119.593,10 pontos apurada em janeiro. Para Paulo Bilyk, diretor de investimentos da Rio Bravo e sócio global da Fosun Hive, o cenário de juros muito baixos com elevada liquidez no mundo favorece compras, mas esse movimento também reflete o retorno na Ásia, Europa e Américas, incluindo em menor grau o Brasil, para um tipo de vida menos contido. Ele, contudo, vê com preocupação o fenômeno de pessoas físicas na bolsa paulista, avaliando que elas estão subestimando riscos muito relevantes na economia real. Para Bilyk, não há queda no custo do dinheiro que justifique a bolsa valer o mesmo que valia antes de se saber que o PIB pode cair 7,5% em 2020. “Nós estamos no campo das expectativas emocionais”, afirmou. De acordo com os dados mais recentes da B3, até o dia 4 de junho, a participação das pessoas físicas no segmento Bovespa era de 26,2%, contra 24,9% dos investidores institucionais e 43,9% dos estrangeiros. “Há um frenesi frente à melhora no exterior, além da flexibilização (do confinamento) no Brasil e expectativa de mais um corte na Selic na semana que vem”, endossou o analista Ilan Albertman, da Ativa Investimentos, que também vê o nível de preço das ações descolado do quadro econômico vigente. Ele não descarta uma correção antes de o Ibovespa voltar a se aproximar dos 120 mil pontos, em particular no contexto de uma ruptura no processo de retomada das economias. Mas pondera que também poderá ser observada uma melhora progressiva dos fundamentos na direção de alcançar o patamar dos ativos. Nos Estados Unidos, Wall Street fechou no azul, com o Nasdaq Composite renovando máxima histórica, ainda apoiado por números do mercado de trabalho norte-americano na última sexta-feira que fortaleceram apostas de uma recuperação rápida daquela economia após os efeitos nocivos da pandemia de Covid-19.