Economia

Bovespa mostra fraqueza com pressão de Vale ofuscando dados econômicos positivos

Na véspera, Ibovespa subiu 0,04% e atingiu 76.004 pontos, novo recorde histórico

Por Fonte: G1 21/09/2017 16h12
Bovespa mostra fraqueza com pressão de Vale ofuscando dados econômicos positivos
Reprodução - Foto: Assessoria
Após operar em alta e bater os 76 mil pontos no começo do pregão, o principal índice da bolsa paulista, a B3, passou a oscilar sem muito vigor nesta quinta-feira (21), com a queda das ações da Vale tirando força do tom positivo respaldado por dados econômicos mostrando desaceleração da inflação no Brasil e manutenção de queda de juros, segundo a Reuters.

Às 15h56, o Ibovespa caía 0,69%, a 75.482 pontos.

O Banco Central passou a ver a inflação ainda mais abaixo do centro da meta em 2017 e 2018 e ao redor dos alvos perseguidos para 2019 e 2020, segundo dados do Relatório Trimestral de Inflação, o que pavimenta o caminho para que continue cortando os juros e eventualmente leve a Selic a um nível inferior a 7%.

Também corroborando a expectativa de manutenção dos cortes de juros estava o dado da prévia da inflação oficial do Brasil, divulgado nesta manhã, que desacelerou mais do esperado em setembro e atingiu o menor nível para o mês em 11 anos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,11% em setembro. Em 12 meses, a alta acumulada chegou a 2,56%.

O mercado ainda digeria a decisão da véspera do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, que manteve a taxa de juros, mas sinalizou que ainda espera mais um aumento até o fim do ano apesar das recentes leituras fracas de inflação. O banco central dos EUA informou também que vai começar a reduzir seu balanço patrimonial a partir de outubro.

"Até o final do ano, o cenário-base da instituição considera outra elevação de juros... algo que muitos participantes do mercado vinham praticamente descartando há poucas semanas", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos, em nota a clientes.

Destaques

A Vale ON recuava quase 2%, em sessão marcada por perdas nos contratos futuros do minério de ferro na China na Bolsa de Dalian. O desempenho negativo dos papéis da mineradora influenciava as ações da holding Bradespar, com perda de quase 3%.

As ações da Petrobras caíam mais de 1%, em linha com o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional.

Na outra ponta, o Banco do Brasil subia mais de 2%, entre as maiores altas do Ibovespa. O papel se sobressaía em relação aos pares pelo segundo dia seguido, após analistas do Itaú BBA trocarem as ações do Bradesco pelas do Banco do Brasil como top pick do setor bancário na América Latina.

Último pregão e histórico das altas

Na véspera, o Ibovespa fechou em 76.004 pontos. Foi a sexta vez que a bolsa brasileira bateu recorde em duas semanas.

A B3 começou a bater recordes de alta no dia 11 de setembro, quando fechou em 74.319 pontos. No dia seguinte, bateu novo recorde, quando foi a 74.538 pontos. O pregão manteve a tendência das máximas até o dia 13, quando fechou em 74.787, e na sexta-feira (15) bateu novo patamar, chegando aos 75.756 pontos.

Nesta semana o Ibovespa manteve o patamar alcançado no final da semana passada e fechou em 75.990 na segunda-feira (18) e 75.974 na terça. Já na quarta atingiu novo patamar e alcançou a máxima até então, fechando em 76.004 pontos.