Cidades

Dois acusados pela morte de torcedor do CSA vão a júri popular nesta quinta (2)

Por Lucas França com Tribuna Hoje 02/10/2025 10h45
Dois acusados pela morte de torcedor do CSA vão a júri popular nesta quinta (2)
Pedro Lúcio dos Santos, de 47 anos, mais conhecido como ''Peu'' - Foto: Reprodução

Milton Pereira da Silva Neto e Jonas Paulo Santana Cané serão julgados nesta quinta-feira (2), no Fórum do Barro Duro, em Maceió, pela morte do torcedor do CSA Pedro Lúcio dos Santos, de 47 anos, mais conhecido como ''Peu''. Ele foi espancado com barras de ferro e outros objetos nas proximidades do Estádio Rei Pelé, em maio de 2023.

O julgamento será presidido pelo juiz Geraldo Amorim, titular da 9ª Vara Criminal da Capital. Segundo o Ministério Público de Alagoas (MP/AL), os dois fazem parte de um grupo de 10 adultos e dois adolescentes envolvidos no crime. Os menores receberam medidas socioeducativas, sete dos adultos foram impronunciados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e libertados, e um acusado segue foragido.

A promotora de Justiça Adilza de Freitas, responsável pela acusação, afirma que há "provas muito fortes" contra os réus e sustenta três qualificadoras para o crime: motivo torpe (vingança), meio cruel (múltiplas agressões) e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima (ataque surpresa). “Pedro Lúcio foi morto como retaliação. Ele estava em um churrasquinho, após o jogo do CSA, quando foi brutalmente atacado. Não foi uma torcida organizada que matou, foi uma torcida criminosa", disse a promotora.

Peu, foi agredido em 4 de maio de 2023, após a partida entre CSA e Confiança, pela Série C. Ele chegou a ser internado no Hospital Geral do Estado, mas morreu três dias depois em decorrência de traumatismo craniano.

Defesa nega autoria e fala em falta de provas


A defesa dos réus, representada pela advogada Ana Neli Viana, afirma que não há provas que liguem seus clientes ao crime e que a expectativa é de absolvição. “Não há qualquer imagem que comprove a participação deles. Estamos diante de um julgamento baseado em achismos. Ambos são trabalhadores, sem antecedentes, e levam vidas lícitas”, afirmou a defensora.

A advogada destacou ainda que os réus são os únicos denunciados sem passagens pela polícia, enquanto outros com antecedentes foram soltos por decisão do STJ.

O julgamento deverá se estender por todo o dia, com depoimentos de testemunhas, interrogatório dos réus, sustentações orais e votação dos jurados.