Cidades
Espaço de antigo hipermercado em Maceió pode ser revitalizado
Hoje abandonada e ocupada por mato e lixo, área é cogitada para requalificação

O governo do Estado não confirma, mas surgiu esta semana na imprensa local rumores de que estariam em curso tratativas para uma possível negociação para voltar a dar “vida” a um dos trechos mais movimentados de Maceió até o ano de 2015 – o espaço onde situava-se o hipermercado Hiper Bompreço, na Avenida Buarque de Macedo, no bairro do Centro.
O último dia de funcionamento do Hiper Bompreço, no dia 30 de dezembro de 2015 — portanto há quase 10 anos — foi marcado por tumulto e confusão dentro do estabelecimento comercial. Para se ter uma ideia, foi preciso acionar militares da Radiopatrulha e da Rocam para conter consumidores que estavam fazendo confusão pela disputa de produtos em promoção do fechamento do Hiper, à época.
Depois do fechamento do Hiper, toda a área em torno da loja entrou em profunda decadência, dando lugar ao abandono, lixo, pessoas em situação de rua e ao breu, principalmente no período noturno. Antes, o local era de pulsação de gente indo e vindo e comércio efervescente.

À época do fechamento, o Hiper pertencia ao grupo da rede Walmart, que alegava, então, que outras unidades da rede que funcionavam em Alagoas também seriam fechadas em função da crise.
A Tribuna procurou três órgãos do Governo do Estado por onde estariam sendo feitas as tratativas com os proprietários do terreno do Hiper Bompreço. Segundo as fontes do Governo do Estado consultadas pela Tribuna pertencentes à Secretaria de Estado do Planejamento e Patrimônio (Seplag), Secretaria de Estado de Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand) e Secretaria de Governo (Segov), as respostas variavam da seguinte forma: “Não temos nenhuma informação sobre esse terreno. Não houve desapropriação pela Seplag”. “Esse processo, até onde sei, está parado, embora tenha sido feito um estudo de viabilidade”, disse outra fonte.
Urbanista lança proposta para revitalização
Mas, independentemente de confirmação ou não dessas tratativas, alguns urbanistas emitiram parecer sobre a possibilidade de revitalização daquela área abandonada há muitos anos. Um deles foi o arquiteto urbanista e professor da Ufal Dilson Ferreira, que escreveu artigo na imprensa sobre prédios abandonados de Maceió e das possibilidades que eles oferecem para a cidade.
Intitulado: “Uma chance para a revitalização do Centro de Maceió - Paulo Dantas pode entrar para a história urbana de Maceió ao liderar um projeto estruturante”, segundo Dilson Ferreira, o antigo Hiper Bompreço, na Avenida Buarque de Macedo, é uma das maiores oportunidades urbanas do estado. O conjunto soma cerca de 18.000 m² de área construída em um terreno de mais de 23.000 m², com estacionamento próprio e localização estratégica ao lado da linha do VLT. Desocupado desde 2018, o imóvel pertence ao Governo de Alagoas, sob responsabilidade da Carhp, com valor estimado em R$ 31 milhões.

De acordo com o urbanista, “vender esse conjunto de prédios seria desperdiçar uma oportunidade histórica de requalificar o centro de Maceió. Seria entregar um ativo público à especulação em vez de transformá-lo em um polo de desenvolvimento urbano, social e cultural”.
De acordo com ele, a proposta é transformar o antigo Hiper Bompreço em um projeto-piloto de requalificação urbana estruturado em sete eixos, quais seriam:
1 - Habitação de Interesse Social: com construção de moradias dignas com verticalização via Minha Casa Minha Vida. Pode ser financiado pelo PAC Seleções, Faixa 1;
2 - Centro Popular de Inovação e Tecnologia: uso do térreo para atividades com apoio de Ufal, Ifal, Sebrae e startups locais;
3 - Espaço de Cultura e Gastronomia Popular: feira permanente, mercado de artesanato e culinária. Pode contar com recursos da Lei Paulo Gustavo, da Política Aldir Blanc e do BNDES.
4 - Dilson coloca no rol ainda construção de Restaurante Popular: alimentação a preços acessíveis para a população e trabalhadores que pode ser financiado por convênios com o Ministério do Desenvolvimento Social e pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA),
5 - Cinema e espaço multimídia com auditório para eventos culturais e comunitários, podendo captar recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, da Ancine e do BNDES.
6 - Integração com o VLT: implantação de passarela ligando o complexo à linha férrea e ao centro expandido. Viável com apoio do PAC Mobilidade Urbana.
7 - Zoneamento Especial e Operação Urbana Consorciada: definição de perímetro de requalificação com incentivos para conservar edificações existentes e estimular usos mistos. Pode ter apoio técnico do Iphan e financiamento via outorga onerosa.
O entorno concentra diversos equipamentos urbanos em menos de 1 km, como Praça Sinimbu, Catedral, Assembleia Legislativa, Biblioteca Pública, Museu Theo Brandão, Casa Jorge de Lima, Escola Técnica de Artes, Ufal, Sebrae e Ifal.

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