Cidades
Caso Bia: família quer nova investigação
Parentes desconfiam da esposa do acusado e insistem em novas investigações, mas reabertura do caso depende do MP/AL
De um lado a família, sobretudo, a irmã Camylle Moura e a prima, Jaciele, além da advogada de defesa, Júlia Nunes, que insistem na reabertura do inquérito e novas investigações no caso do desaparecimento e assassinato da jovem Ana Beatriz Moura, de 15 anos.
Do outro lado a Polícia Civil, que afirma que se pronunciará somente quando receber a solicitação do Ministério Público.
E por fim o próprio MP, que informa que o curso do processo referente ao caso em apuração segue seu trâmite regular, com atuação célere e eficiente por parte dos órgãos de investigação e do Sistema de Justiça.
A irmã e a prima têm certeza do envolvimento de Lidiane Antônia da Silva, esposa do único envolvido até o momento, e recolhido no Sistema Prisional de Alagoas, José Clenisson Domingos da Silva, preso pelo sequestro e execução da jovem. Elas apontam ainda um terceiro elemento, um homem misterioso, que estava na casa dos envolvidos no dia do sumiço de Ana Beatriz, e que teria participado de uma festa naquela na noite do dia 8 de abril.
A tese da família é fortalecida pela advogada de defesa, Júlia Nunes, que também tem certeza do envolvimento de outras pessoas, tanto na fase de planejamento como na execução. Segundo ela tinha uma mulher que ameaçava a adolescente, e que no dia deveria estar trabalhando e não estava.
A advogada afirma que requereu diversas diligências à delegacia e até o presente momento não teve retorno.
A jovem Ana Beatriz de Moura desapareceu no dia 8 de abril, horas após ter saído do campus do Ifal e utilizado uma moto por aplicativo, e teve seu corpo encontrado no sábado, 3 de maio, em um sítio abandonado, localizado entre os bairros de Guaxuma e Garça Torta, em Maceió, após uma série de buscas da polícia.
O caso segue sob investigação e teve a prisão preventiva de um suspeito, mas pode envolver uma série de crimes além de feminicídio, conforme explica Júlia Nunes, a advogada da família de Ana Beatriz:
“A gente quer justiça. E justiça não é apenas um dos envolvidos preso, mas toda a rede criminosa que teve algum envolvimento. Até porque, isso influencia diretamente na nossa atuação para aplicação da pena. Uma coisa é um homicídio. Outra coisa é feminicídio, ocultação de cadáver, organização criminosa e tortura. Tudo precisa ser investigado pois há todo um contexto por trás deste caso e agravantes que aumentam a penalidade. Queremos celeridade nas investigações e punição aos envolvidos”, destaca a advogada.
Polícia aguarda pedido do MP para se manifestar sobre caso
A delegada Talita Aquino, da Delegacia de Combate aos Crimes contra Criança e Adolescente, responsável pelo inquérito, foi procurada, mas não quis se manifestar. Já a Polícia Civil, por meio da Assessoria de Comunicação, informou que só se pronunciará quando receber a solicitação do Ministério Público Estadual (MP/AL).
Já o MP/AL emitiu uma nota oficial: ``A 60ª Promotoria de Justiça da Capital informa que o curso do processo referente ao caso em apuração segue seu trâmite regular, com atuação célere e eficiente por parte dos órgãos de investigação e do Sistema de Justiça. A prisão do investigado já foi efetivada, e a audiência de instrução, com produção de provas, está devidamente agendada. É certo que houve um trabalho primoroso dos agentes de polícia na fase investigativa, de um caso, certamente complexo e, bem assim, dos órgãos de Justiça, já com a ação penal em curso.
Destaca-se que a realização da audiência permitirá a oitiva das testemunhas, o contraditório e a coleta de elementos mais robustos, com participação ativa do Ministério Público. Esse momento processual é, portanto, o mais adequado para eventual análise de novos desdobramentos e de possíveis outros envolvidos, assegurando maior efetividade e segurança na condução das investigações complementares.
Ressalta-se que o Ministério Público de Alagoas, órgão com atribuição constitucional e expertise para a persecução penal, acompanha o caso com total atenção. Embora mantenha pleno respeito a todos os demais atores do processo, cabe a ele a análise dos rumos da persecução criminal, sempre com base na legalidade, na técnica jurídica e na busca pela verdade dos fatos.
O Ministério Público seguirá firme na busca de uma resposta penal adequada e responsável´´, finaliza a Nota do MP.
Por fim, a irmã Camylle e a prima Jaciele, que estiveram com Lucas Sachsida Junqueira Carneiro, Promotor de Justiça no Ministério Público de Alagoas, e que atua em temas relacionados à infância e juventude, garantiu para a família que vai começar uma nova linha de investigação, mas que no momento a família precisa confiar nas forças de segurança.
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