Cidades

Defensoria Pública reafirma indícios de movimentação de solo em Maceió e critica falta de transparência

Defensoria expressou preocupação com a tentativa recente das Defesas Civis Nacional e Municipal, junto ao SGB, de minimizar esses indícios

Por Tribuna Hoje com Ascom DP/AL 20/03/2025 17h33 - Atualizado em 20/03/2025 18h18
Defensoria Pública reafirma indícios de movimentação de solo em Maceió e critica falta de transparência
Defensor público Ricardo Melro assinou a nota pública - Foto: Edilson Omena

A Defensoria Pública do Estado de Alagoas emitiu nesta quinta-feira (20) uma nota pública reafirmando indícios de movimentação leve do solo além da Avenida Fernandes Lima, em Maceió. A declaração baseia-se na Nota Técnica nº 04/2022 do Serviço Geológico do Brasil (SGB), que aponta, no item 7.5, a observação de movimentações sutis na região do Flexal e em outras áreas adjacentes. A defensoria expressou preocupação com a tentativa recente das Defesas Civis Nacional e Municipal, junto ao SGB, de minimizar esses indícios.

Na nota emitida, a Defensoria destacou inconsistências na postura atual dos órgãos responsáveis, que contradizem os próprios dados técnicos registrados anteriormente. Segundo o órgão, a reavaliação apresentada gera confusão na população e coloca em risco a credibilidade das informações oficiais relacionadas à tragédia que afetou milhares de moradores da região.

Crise humanitária e impactos psicológicos

A Defensoria Pública também alertou para os graves impactos sociais e psicológicos sofridos pelas vítimas do colapso do solo em Maceió. Famílias desalojadas enfrentam perda de bens materiais, instabilidade emocional e falta de perspectivas. Além disso, foram relatados casos de suicídios e adoecimentos psicológicos severos entre os atingidos, agravados pela insegurança e falta de transparência por parte das autoridades.

Distorção de informações e pontos ignorados

Entre os problemas apontados pela Defensoria na condução do caso, destacam-se:

  • Necessidade de levantamentos mais precisos, como o uso de Laser Scanner e topografia detalhada.
  • Possível subdimensionamento da área de risco.
  • Afundamento sutil no solo da região do Flexal e falhas no monitoramento realizado pela Defesa Civil Municipal.

Além disso, a Defensoria questionou a alegada ampla divulgação da Nota Técnica nº 04/2022. Segundo o órgão, não há registro público efetivo que comprove essa afirmação, reforçando a percepção de falta de transparência no tratamento do tema.

Compromisso com justiça e transparência

O coordenador do Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria Pública, Ricardo Antunes Melro, reforçou o compromisso da instituição em buscar justiça para as vítimas da tragédia. A Defensoria afirmou que continuará atuando para garantir que os direitos dos atingidos sejam respeitados, exigindo transparência e responsabilidade das autoridades envolvidas.

Para consulta pública, o teor completo da Nota Técnica nº 04/2022 foi disponibilizado no site oficial da Defensoria Pública do Estado de Alagoas.