Cidades

ONG resgata gatinha que vivia em estacionamento

Organização acolhe animais abandonados pro conta da mineração da Braskem

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 17/08/2024 11h25
ONG resgata gatinha que vivia em estacionamento
Gatinha Luz vivia sob risco de ir para a avenida e ser atropelada - Foto: Divulgação

O afundamento do solo nos bairros Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol, causado pela mineradora Braskem, não apenas desabrigou cerca de 55 mil pessoas como também tirou o teto de centenas de felinos, como é o caso dos gatos de estimação.

Sem dono – já que muitas pessoas saíram sem saber o rumo da própria vida – e sem lar, os animais, antes com casa, alimentação, cuidados com a saúde e mimos dos seus tutores – passaram a perambular pelas ruas habitadas e, repentinamente, transformadas em lugares “fantasmas”.

Sensibilizada com a situação dos pets, em especial dos gatos, a advogada Elisa Moraes está à frente da Organização Não Governamental (ONG) SOS Pet Pinheiro e passou a tomar conta, na medida do possível, desses gatos.

Atualmente, 95% dos gatos abrigados na ONG são das áreas afetadas pela mineradora, explicou a advogada. “Ou dos locais vizinhos. Em casos extremos, abre-se exceções para acolher gatos de outros bairros”, afirmou.

Uma das exceções foi a mais nova moradora da ONG. A gatinha Luz, nome que recebeu ao ser acolhida. Com aproximadamente seis meses de vida, a gatinha vivia no estacionamento de uma loja de suprimentos para animais de estimação, a Cobasi, localizada no Farol, em Maceió. O local de abrigo parece até ter sido escolhido pelo instinto animal, como se ali fosse o lugar mais familiar que já estivera. “A gatinha Luz, por exemplo, veio de fora da área, mas estava em situação de extrema vulnerabilidade”, contou Elisa Moraes.

Luz era alimentada pelas pessoas da região. No entanto, sem nenhuma referência familiar ou tutor que a protegesse, “morar” em frente à Avenida Fernandes Lima não parecia ser o local mais seguro para a gatinha. À beira da avenida mais movimentada da capital, ela corria riscos de ser atropelada ou vítima de maus tratos.

Aparentemente abandonada, a gatinha apesar de sentir medo de humanos, demonstra carinho por quem a resgatou. Sob a guarda da ONG SOS Pet Pinheiro, a “mocinha” está recebendo todos os cuidados necessários. Chegou muito magra e com problemas de pele.

Abrigo já chegou a acolher 270 gatos encontrados nas ruas

Luz era alimentada pelas pessoas da região. No entanto, sem nenhuma referência familiar ou tutor que a protegesse, “morar” em frente à Avenida Fernandes Lima não parecia ser o local mais seguro para a gatinha. À beira da avenida mais movimentada da capital, ela corria riscos de ser atropelada ou vítima de maus tratos.

Aparentemente abandonada, a gatinha apesar de sentir medo de humanos, demonstra carinho por quem a resgatou. Sob a guarda da ONG SOS Pet Pinheiro, a “mocinha” está recebendo todos os cuidados necessários. Chegou muito magra e com problemas de pele.

De acordo com Elisa Moraes, a Cobasi entrou em contato com a ONG e está custeando o tratamento, além de ter enviado ração, sachê e areia para ela. “Foi ao veterinário e é castrada”, comemorou.

Advogada Elisa Moraes, diretora da ONG SOS Pet Pinheiro (Foto: Arquivo pessoal)

A SOS Pet Pinheiro resgata gatos das ruas há cerca de cinco anos. Desde então, mais de 600 foram acolhidos. Todos estão com um novo lar, recebendo carinho dos seus novos tutores. Atualmente, a SOS Pet Pinheiro está com 62 gatos. Todos receberam a atenção dos membros da ONG que luta para dar um endereço fixo a cada um dos animais.

Do total de gatos, 15 são filhotes de até três meses. Três gatinhos são deficientes visuais e três são idosos com idade entre 10 e 14 anos.

Segundo a advogada Elisa Moraes, os maiores custos da ONG são com médicos veterinários. Cerca de R$ 2 mil por mês. Fora o aluguel da casa onde funciona a ONG. Há ainda os gastos com os insumos necessários para a manutenção do SOS Pet como ração, areia e medicamentos.

Os gatos estão disponíveis à adoção. “A pessoa precisa ser maior de 18 anos, assinar o termo de adoção, apresentar o RG, CPF e comprovante de residência. A família ou a pessoa interessada responde a uma entrevista feita pela ONG. Outro critério antes de formalizar a adoção é se o gatinho pode combinar com esse possível adotante”, detalhou.

O local já chegou a abrigar 270 gatos. Desde o início da ONG, muitas gatas foram resgatadas grávidas e tiveram os filhotes no local.

Quem quiser ajudar a SOS Pet Pinheiro pode entrar em contato através do Instagram @sospetpinheiro ou pelo WhatsApp (82) 98888-9669. A ONG atende de segunda a sexta, das 9 às 18 horas.