Política

Tribuna celebra 17 anos com jornalismo resiliente

Jornalistas enfrentaram atraso de salários, fizeram greve e hoje continuam atuando diariamente para levar o melhor da informação

Por Redação 10/07/2024 09h04 - Atualizado em 10/07/2024 09h16
Tribuna celebra 17 anos com jornalismo resiliente
Trabalhadores da antiga Tribuna de Alagoas são a prova de resistência e defesa por seus direitos - Foto: Adailson Calheiros / Arquivo

A Tribuna está em festa pelos 17 anos de fundação, celebrados nesta quarta-feira (10), e marca sua trajetória de força e resiliência. Com um jornalismo de qualidade e comprometimento com o leitor, estes são os principais compromissos da Cooperativa de Jornalistas e Gráficos do Estado de Alagoas (Jorgraf).

O veículo de comunicação está presente nas mais diversas plataformas, a exemplo do jornal impresso, portal, redes sociais e youtube. Ao longo dos anos, a Tribuna conquistou muitos parceiros que acreditam e afirmam a importância do jornalismo feito com independência e credibilidade para os alagoanos.

O jornal Tribuna Independente completa 17 anos de resistência e luta no mercado de jornalismo em Alagoas e seus cooperados, da Cooperativa de Jornalistas e Gráficos de Alagoas (Jorgraf), lembram as dificuldades e conquistas durante esse tempo.

Tudo começou em 2007, quando os funcionários da antiga Tribuna de Alagoas estavam com dois meses de salários atrasados e convivendo com desculpas sem fundamentos dos antigos patrões. Diante desse cenário, jornalistas, gráficos e o pessoal da área administrativa resolveram cruzar os braços e iniciaram, no dia 16 de janeiro daquele ano, uma vigília em frente à sede da empresa para pressionar o pagamento dos salários atrasados.

O Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) e o Sindicato dos Gráficos do Estado de Alagoas (Sindigraf) deram suporte político e logístico às reivindicações dos trabalhadores da então Tribuna de Alagoas quando eles decidiram acampar em frente à sede da empresa. A mobilização teve início numa sexta-feira, dia em que nos jornais eram finalizadas duas edições de fim de semana: a de sábado e a de domingo.

O diretor de jornalismo à época sempre tentava convencer os trabalhadores a voltar aos postos de trabalho, afirmando que o pagamento dos salários estava a caminho, o que nunca aconteceu.
A situação levou os dois sindicatos, Sindjornal e Sindigraf, a convocarem uma assembleia, realizada no acampamento em frente à sede do jornal.

A assembleia definiu que ninguém voltaria ao trabalho até que os salários fossem pagos e que não se arredaria o pé dali. A luta iria continuar. O horário para o fechamento do jornal foi se expirando e com o passar das horas todos começaram a perceber que aquela batalha estava apenas começando. Ao final da noite, se decidiu pela realização de um piquete no dia seguinte.

As vigílias ocorriam em turnos revezados na grama em frente ao prédio por causa do receio de que os empresários dilapidassem o patrimônio do jornal.

Sindicatos denunciaram calotes e prejuízos a 140 trabalhadores

Os sindicatos colocaram faixas e carro de som para denunciar aquele calote e o que estava sendo feito com a empresa e com os 140 trabalhadores, largados na rua da amargura.

Todos os dias, reuniões e assembleias de avaliação do movimento eram realizadas. Muitas foram as tentativas de negociação e de se chegar a um consenso para toda aquela situação constrangedora. A crise da Tribuna de Alagoas estava exposta para a sociedade.

Os débitos de fornecedores, gastos excessivos dos diretores com farras, viagens de lazer para a Europa e uso sem limite do cartão de crédito institucional foram os fatores que levaram à falência da empresa, na fase administrada pelos últimos patrões.

Foi então que uma das assembleias foi a mais decisiva para os trabalhadores acampados na porta da empresa. Jornalistas e gráficos decidiram ocupar o prédio e fazer edições semanais para que fossem distribuídas nos atos, piquetes e mobilizações que realizariam, colocando para a sociedade alagoana toda aquela situação.

Além dessas edições, um blog foi elaborado. Ele era atualizado diariamente com postagens dos relatos e fotos, além de inúmeras mensagens e comentários de apoio sobre todo aquele processo. As edições semanais da agora Tribuna Independente, ora saíam aos domingos e outras vezes na segunda-feira.