Cidades

Justiça condena Braskem a indenizar mais 3 mil moradores dos Flexais

Defensoria Pública disse que vai recorrer para garantir indenização 'mais valorizada'

Por Tribuna Hoje 19/01/2024 23h15 - Atualizado em 22/01/2024 04h44
Justiça condena Braskem a indenizar mais 3 mil moradores dos Flexais
Comitiva do CNJ esteve nos Flexais para acompanhar de perto situação dos moradores - Foto: Edilson Omena

Nesta sexta-feira (19), a Justiça condenou a Braskem a pagar indenização para mais 3 mil moradores afetados pela mineração realizada pela empresa em Maceió. Na decisão, o juiz André Granja, da 3ª Vara Federal, determinou que a Braskem pague R$ 12.500 para cada um dos proprietários de imóvel residencial ou comercial nos Flexais, comunidades localizadas em Bebedouro, bairro vizinho ao Mutange, onde uma mina da Braskem colapsou em dezembro de 2023.

Para quem exercia atividade comercial ou profissional dentro da residência, a indenização é de R$ 15 mil. A decisão atende à Ação Civil Pública movida pela Defensoria Pública Estadual (DPE-AL) que pediu realocação e indenização para os moradores dos Flexais.

Visita do CNJ

Moradores dos Flexais em Maceió, que tiveram seus imóveis afetados pela mineração de sal-gema por parte da petroquímica Braskem, foram ouvidos pessoalmente por conselheiros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Observatório de Causas de Grande Repercussão (OCGR), no início da tarde dessa sexta-feira (19).

Cerca de 3.500 pessoas ainda residem nos Flexais e Quebradas, totalizando aproximadamente 1.100 famílias. Durante a visita, a comitiva percorreu a pé algumas ruas dos bairros prejudicados e presenciou a realidade dos moradores que cobram urgentemente uma realocação digna.

Maurício Sarmento, representante do Movimento Único Vítimas da Braskem (MUVB), acompanhou de perto a visita da comitiva e detalhou o que vem ocorrendo com os moradores dos bairros após a extração da mineração.

“Muitos estão sem emprego, como os pescadores, por exemplo, aqueles que vendiam mantimentos nos pequenos comércios… Não há mais nada, os deslocamentos são longos para comprar qualquer coisa que seja, estão todos ilhados, quem não tem carro sofre, privados de tudo, não há escolas, posto de saúde, igreja, transporte coletivo, trem, Correios, nem local para se enterrar. Perdemos toda a conectividade com a cidade de Maceió”, desabafou ele para o João Paulo Schoucair e Luiz Fernando Bandeira, conselheiros do CNJ.