Cidades
Defesa Civil Estadual teme colapso de mais duas minas da Braskem na região do Mutange
Órgão quer estudo detalhado nas cavidades 20 e 21 e uso de sonar para melhor monitoramento
O colapso da mina 18, mantida pela Braskem, na região da Lagoa Mundaú, próximo ao antigo campo do CSA, no bairro do Mutange, pode ter afetado outras minas que estão próximas, segundo a Defesa Civil Estadual. “Por questão de prevenção, a gente solicitou que a Braskem faça um estudo mais detalhado, nas minas 20 e 21, através de um equipamento chamado sonar, para que a gente consiga entender qual é o tamanho que está, o volume, a distância para a superfície, os riscos que pode trazer ou não e assim a gente consiga monitorar melhor”, afirmou o capitão Douglas Gomes, chefe da seção de desastres naturais do órgão.
As cavidades 20 e 21 estão localizadas totalmente sob a lagoa Mundaú e são consideradas uma única cavidade, denominada 20/21. “Já tem um túnel que dá acesso às minas. Caso ele tenha ficado obstruído, solicitaremos para que a Braskem faça um outro túnel e tenha esse acesso. Além das minas 20 e 21, tem a outra mina mais próxima, que é a mina 29. E, por estar mais próxima da mina 18, é que a gente fica com esse cuidado”, explicou Gomes.
De acordo com o plano de execução do monitoramento com sonar, caso sejam encontrados danos que impeçam o acesso à cavidade 20/21 e, consequentemente, a realização do exame de sonar, será necessário proceder com a perfuração de um novo poço auxiliar, que demandará aproximadamente 45 dias.
“A operação de perfuração demandará aproximadamente 45 dias, abrangendo fases distintas, como a construção do ante-poço, montagem da sonda e seus periféricos, processo de perfuração, perfilagem e cimentação. Neste intervalo de tempo em que a atividade de perfuração esteja sendo realizada e que não se tenha informações diretas sobre a cavidade 20/21, em função da ausência de novo sonar, medidas adicionais de segurança podem ser adotadas para viabilizar o retorno do acesso às demais áreas para realização de atividades para entendimento da condição atual da região”, diz um trecho do documento.
Segundo o chefe da seção de desastres naturais da Defesa Civil Estadual, o plano executivo de exame de sonar na cavidade conjugada 20/21 após ocorrência da cavidade 18, enviado pela Braskem, será analisado por um corpo técnico. “Vamos analisar para ver se o plano está correto, se precisa ser aperfeiçoado, melhorado, e assim a gente autorizar para que faça esses estudos”, disse.
A operação será realizada por uma equipe de sete pessoas de empresas contratadas pela Braskem. A previsão é que a duração do exame de sonar seja de cinco dias. “O exame de sonar é uma tecnologia empregada para efetuar o mapeamento de cavidades em subsuperfície. Nesse processo, a ferramenta de sonar é introduzida na cavidade por meio de um cabo operado por um caminhão wireline. No total, a atividade conta com uma equipe de 07 pessoas e duração prevista de 05 dias, caso não ocorra intercorrências no acesso à cavidade”, diz outro trecho do documento.
Ainda de acordo com Gomes, os dados monitorados pela Braskem só passaram a ser enviados para a Defesa Civil Estadual em dezembro de 2023. “Até novembro do ano passado, a Defesa Civil do Estado não recebia esses dados. Só o Município. Mas agora eles estão nos encaminhando para que a gente também possa passar informações com mais rapidez, da melhor forma, para a sociedade”, finalizou.
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