Cidades
Moradores dos Flexais, agora, acreditam em realocação
Prefeitura de Maceió se comprometeu em peticionar concordando com ACP da Defensoria Pública em favor da realocação de quem vive no Bom Parto, Flexais, Vila Saem, Rua Santa Luzia e Marquês de Abrantes
Os moradores dos Flexais e Marquês de Abrantes, que sofrem com a insegurança e isolamento socioeconômico gerado pela mineradora Braskem, estão agora esperançosos porque a Prefeitura de Maceió se comprometeu em peticionar concordando com a ação civil pública (ACP) da Defensoria Pública do Estado em favor da realocação de quem vive no Bom Parto, Flexais, Vila Saem, Rua Santa Luzia e Marquês de Abrantes, não incluídos no acordo anterior com a Braskem.
Eles também receberam o compromisso do governador Paulo Dantas, que se reuniu com os habitantes.
Para o morador da Marquês de Abrantes e integrante da Associação do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Romualdo Oliveira, é muito gratificante, mas a batalha ainda não foi vencida. “Foi uma luta muito grande. De três anos para cá, a gente veio brigando, lutando, fazendo protestos, acampando. Foram cinquenta dias acampados em frente à Braskem. Estamos com esperança porque foi uma carta lida pelo governador, tudo assinado. Mas eu, particularmente, só vou crer quando começar a realocação”, completou.
“Com rompimento, aumentou o medo”, diz líder comunitário
O líder comunitário do Flexal, Antônio Domingos, ressaltou que a realocação é uma reivindicação antiga e o medo aumentou, após o colapso da mina. “A nossa reivindicação é essa, nossa realocação com a indenização justa. É isso que nós estamos batendo na mesma tecla porque isso aqui não tem mais vida, a gente mora em dois pedaços de rua que querem revitalizar. Eu não estava aqui no momento do colapso porque tirei minha família para casa de outros familiares, mas muitas pessoas me ligaram e disseram que deu um estrondo e pelos vídeos a gente viu até os pássaros se assanharam com medo”, afirmou.
O morador do Flexal e integrante do MUVB, Valdemir Alves, contou que não quer mais morar no bairro porque ainda teme que aconteça uma nova tragédia. “Vamos esperar agora a decisão. Eu não queria nem estar mais aqui. Eu estava em casa ontem. Não deu pra medir o tamanho do trauma porque a gente já esperava isso. Quando aconteceu, só procuramos estabilizar o pensamento no lugar, para tomar uma decisão, ver o que tinha que fazer, mas a galera não ficou bem”, acrescentou.
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