Cidades

Rede coletora abre crateras no Flexal

Segundo denúncia de ONG e moradores, Lagoa Mundaú está com margem comprometida por causa do problema

Por Tribuna Independente 31/10/2023 08h02 - Atualizado em 31/10/2023 15h36
Rede coletora abre crateras no Flexal
Falta de manutenção na rede coletora de águas pluviais provoca abertura de cratera no solo da região - Foto: Cortesia

A falta de manutenção na rede coletora de águas pluviais na localidade conhecida como Goiabeiras, em Fernão Velho, tem preocupado os moradores do Flexal de Cima, em Bebedouro. Isso porque deságua na região. Com a falta de manutenção, voçorocas – enormes crateras no solo – têm surgido na mata do entorno.

A situação foi denunciada à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Seminfra) pela ONG Viva Mundaú, no último sábado (28). Segundo a ONG, no local existia uma tubulação que hoje não existe mais e todo processo erosivo está em dimensões gigantescas.

“Todo material está sendo levado para a Lagoa Mundaú, que está com sua margem comprometida pelo grande volume de areia e barro. Vale salientar que esse local está dentro da APA do Catolé Fernão Velho e, ano após ano, o processo se torna pior”, afirma a ONG Viva Mundaú.

A ONG denuncia ainda que onde antes existia sururu não existe mais, devido, dentre outros problemas, o agravante do assoreamento da Lagoa Mudaú por material vindo deste local. Segundo a denúncia, é necessária a correção da drenagem que vem do Conjunto Jardim Petrópolis II, na Santa Amélia, que deságua na localidade conhecida como Goiabeiras, em Fernão Velho.

Nas redes sociais, o professor Dilson Ferreira, que é arquiteto e urbanista, com mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente, ressalta a gravidade do problema. “O pessoal da ONG me mandou fotos, disse que tentou entrar em contato com a Prefeitura, abriu protocolo, mandou carta, mas até o momento a Prefeitura não atendeu a demanda. É um problema grave, que está se alastrando, porque pode desmoronar a barreira, que já desmoronou uma parte. Lá existe instabilidade do solo através da água. Tudo sendo devastado pela água, por falta de drenagem”, afirmou.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) disse que já está ciente da situação e reuniu uma equipe de especialistas que estudam a melhor forma de realizar a intervenção adequada no local.

Ainda segundo a Seminfra, a atual erosão é resultado de anos de desgaste e requer uma solução de engenharia complexa e eficiente.

Marquês de Abrantes

Já a Defesa Civil de Maceió, após a denúncia de rachaduras e água minando do solo dos imóveis na Rua Marquês de Abrantes, em Bebedouro, informou que, por ser área adjacente do Mapa de Linhas e Ações Prioritárias (V4), é monitorada constantemente por meio de equipamentos que medem em milímetros a movimentação do solo e, até o momento, não há alteração da área afetada.

Segundo o órgão, há visitas periódicas realizadas pelo Comitê de Acompanhamento Técnico, para verificar se o evento tem avançado, e não há registros recentes de chamados da população com ocorrências de água minando do solo.

Os moradores disseram que os problemas começaram a surgir em 2018, quando diversas rachaduras surgiram.