Cidades
Saúde aborda em seminário as implicações da dependência tecnológica no adolescente
Tema foi discutido com psicólogos, assistentes sociais e professores das áreas de Saúde e Educação
A Coordenação Técnica de Saúde do Adolescente da Secretaria de Saúde de Maceió (SMS) reuniu psicólogos, assistentes sociais e professores das redes municipais de Saúde e de Educação em um seminário, que teve como abordagem principal o tema “Dependência Tecnológica e suas Implicações na Adolescência”.
Considerado um fenômeno mundial, o assunto começou a ser estudado por especialistas em 1995 e se constitui em uma preocupação para os profissionais das duas áreas, que avaliam o tempo de permanência nas telas como uma fuga da realidade e ausência de limites no núcleo familiar.
De acordo com a coordenadora técnica da Saúde do Adolescente, Tereza Paes, a iniciativa da abordagem teve como ponto de partida um diagnóstico situacional realizado pela Coordenação Geral de Análise em Situação de Saúde (CGASS) da SMS, com base nos dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), que possibilitou à equipe construir uma série histórica entre os anos 2016-2020, refletindo o crescimento do adoecimento psíquico dos adolescentes.
Entre outros dados, esse levantamento apontou que, nesse período, 2.683 adolescentes deram entrada nos hospitais com suspeita de envenenamento, como tentativa ou cometimento de suicídio.
“São jovens em vulnerabilidade social e que vivenciam uma realidade dura, de violência – inclusive dentro de casa – ausência familiar e também de equipamentos de lazer e socialização. Em meio à complexidade da adolescência, isso acaba levando à solidão e ao isolamento, refletindo diretamente numa saúde mental fragilizada”, ressalta Tereza Paes.
Na atividade, a abordagem foi realizada pelas psicólogas Mariana Assunção, que atua na Rede de Atenção Psicossocial do município, e Marcele Apratto, psicóloga da Coordenação Técnica de Saúde do Adolescente da SMS, que é especialista no tema. Na oportunidade, elas abordaram os fatores de risco e de proteção para que os adolescentes e suas famílias possam lidar com essa situação.
Para a psicóloga Mariana Apratto – cujo interesse pelo assunto surgiu no trabalho realizado pelo então Núcleo de Atenção à Saúde da Família (Nasf) junto às unidades de saúde – estudos atuais apontam, como principal parâmetro, fatores como o Brasil ocupar o 2º lugar no mundo, com uma média de 9h32m, na exposição de tela entre os adolescentes, quando o ideal para a faixa etária dos 11 aos 18 anos seria de apenas 3h.
Segundo ela, soma-se a isso outro dado preocupante: o país também está na 3ª colocação quando o assunto é violação de dados e imagens na internet, o que colocaria os adolescentes em risco iminente da ação de pessoas mal intencionadas.
“É por isso que temos procurado trabalhar a questão junto aos grupos de adolescentes nas unidades de saúde e, dentro do Programa Saúde na Escola, junto aos professores, no ambiente escolar. Nosso objetivo com essa parceria é orientar, monitorar e participar do cotidiano desses adolescentes, para ajudá-los a vivenciar esse momento complexo de uma forma mais natural, a partir da criação de estratégias vinculadas à sua realidade”, reforça Marcele.
Na abordagem, a psicóloga destacou orientações como o incentivo a uma maior participação familiar na vida do adolescente para ampliar o diálogo, a valorização dos momentos de refeição e lazer, um maior conhecimento acerca do seu círculo de amizades – especialmente nas conversas virtuais – e a liberdade para iniciativas de interação com outros jovens.
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