Cidades
Praia do Gunga: faixa de areia deve encolher mais de 60m em 77 anos
Orla alagoana está entre as 10 do continente sul-americano que mais devem perder parte do litoral

Uma análise produzida pelo site de hospedagem Hawaiian Islands com base em dados do Centro Conjunto de Pesquisa da Comissão Europeia aponta que a Praia do Gunga, no município de Roteiro, no Litoral Sul de Alagoas, deve perder 63,3 metros de faixa de areia até o ano de 2100.
Além da Praia do Gunga, outras praias brasileiras estão entre as que mais devem perder litoral do continente sul-americano, como a Praia de Morro Branco, localizada no município de Beberibe, no Ceará, que lidera a lista, com encolhimento de 224,6 metros, e a Praia dos Carneiros, em Pernambuco, que deve perder 166,4 metros de faixa de areia.
Na análise, a Praia do Gunga ficou na 10ª colocação entre as praias do continente que mais devem perder litoral. As mudanças climáticas são apontadas como os principais fatores que provocarão o estreitamento da faixa litorânea brasileira.
De acordo com o coordenador de Gerenciamento Costeiro do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL), Ricardo César, o fenômeno da erosão marinha é recorrente, praticamente, em todo o litoral de Alagoas e é devido, principalmente, ao déficit de sedimentos e às mudanças climáticas.
“Nós temos o déficit de sedimentos, que há uma necessidade de fornecimento do continente para o oceano, para a formação das praias, porque é através dos rios e nós não temos rios com velocidade nem volume suficiente para jogar muita areia para praia para que essa areia seja retrabalhada e também as mudanças climáticas, principalmente, de eventos mais graves, de tempestades, ventos e ondas. Então, tudo isso se soma e é refletido na costa, agravando o avanço do mar”, explicou.
Ainda segundo Ricardo César, há algumas formas de evitar e diminuir a erosão marinha. “Nas áreas já urbanizadas podem ser adotadas medidas adaptativas, como a implantação de obras de contenção, já que é inexequível tirar a população da beira do mar e realocar para uma área mais interna para que o mar vá invadindo e vá formando outras praias. Já nas áreas que ainda não são ocupadas, que são poucas em nosso litoral, podem ser adotadas medidas preventivas, como um planejamento de ocupação, observando a vulnerabilidade de suscetibilidade daquela área ao avanço do mar, estudos para identificar a elevação do nível dos oceanos, quais faixas vão ser invadidas pelo mar para que se façam recuos grandes que perdurem por mais tempo”, afirmou.
Com a possibilidade de encolhimento da faixa de areia, muitos frequentadores da Praia do Gunga lamentam, como é o caso do empresário brasiliense Ney Gomes. “Não ouvi falar sobre esse encolhimento, mas acho que é possível, sem sombra de dúvidas. É muito ruim, infelizmente, nós, seres humanos, vamos destruindo tudo. Isso é reflexo da ação humana”, disse.
O marinheiro Lucas Eduardo da Silva frequenta a Praia do Gunga desde pequeno e afirmou já ter percebido diminuição da faixa de areia. “Antes, a faixa de areia daqui era muito maior. Por conta das marés altas, junto com o vento, a gente vai tendo um fechamento. E a saída do rio faz com que também traga areia do rio e a gente vai tendo assoreamento e perdendo a faixa. É um processo natural, mas acho que, na natureza, quanto menos a gente mexer, melhor, deixar seguir o seu ciclo”, contou.
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