Em protesto à demissão de um sindicalista do Sindipetro AL/SE, dirigentes de diversas entidades sindicais realizaram na manhã desta terça-feira (7), uma manifestação em frente à Braskem, no bairro do Pontal. Os manifestastes repudiaram a conduta da Braskem contra a organização sindical e pediram a reintegração do sindicalista ao quadro da empresa.

O funcionário e dirigente do Sindipetro AL/SE, Valder Nelson Victor de Morais Bello, foi demitido no início do mês de fevereiro, sob a alegação de que a empresa estaria reduzindo o número de trabalhadores aposentados.

Ao contrário da Braskem, o sindicato considera que a medida adotada é uma atitude antissindical, que ataca a representação coletiva dos trabalhadores. “Não é de agora que a liberdade e autonomia sindical sofrem ataques. Em 1997, a empresa demitiu de uma só vez 10 dirigentes. Isso mostra que desde muito tempo a companhia adota os seus próprios ditames e despreza normais vigentes, como é o caso da garantia da estabilidade sindical”, destaca o Secretário Geral do Sindipetro AL/SE, José Luciano.

Durante participação no ato, o diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Marcos Dias, falou sobre o repertório de demissões praticados pela Braskem que atingem sindicalistas, e lembrou dos prejuízos causados a milhares de pessoas, forçadas a saírem de suas casas por conta do afundamento de solo em cinco bairros de Maceíó.

Marcos ainda destacou que a Braskem é controlada pela Odebrecht. Esse grupo, acrescentou o dirigente, está envolvido em corrupção desde a sua criação e isso ficou bem evidenciado pela Operação Lava-Jato. “Embora com todas as críticas que temos a respeito dessa Operação em consequência do papel nefasto causado ao país, ela demonstrou a participação da Odebrecht em crimes como evasão de divisas e contra a ordem tributária; São contra essas coisas que estamos aqui nos manifestando. Nós da FNP e do Sindipetro RJ não vamos arredar o pé para dar o suporte necessário para a reintegração do companheiro Victor Bello”, ressaltou o dirigente da FNP.

Segundo o Sindipetro AL/SE, as práticas antissindicais que atacam tanto os químicos como outras categorias, têm acontecido com mais frequência em razão da flexibilização dos direitos trabalhistas, principalmente a partir da reforma trabalhista. Para a diretora do Sindipetro AL/SE, Macia Leitão, o dia de hoje revela mais uma vez que a Braskem tem as suas mãos sujas de sangue, suor e de lágrimas. “Mostraremos a eles que vamos em frente, porque a reintegração de Victor Bello é uma questão de honra e de humanidade e de respeito em primeiro lugar ao trabalhador”, disse.