Cidades
Moradores e empresários cobram atualização de mapa de risco no bairro do Pinheiro
Evolução de rachaduras em imóveis fora da zona de realocação segue preocupando e situação continua indefinida

A intensificação de rachaduras em imóveis fora da zona de realocação continua preocupando moradores das chamadas “áreas de borda”. No Pinheiro, os reflexos da subsidência têm afetado residências e empresas da Rua Coronel Lima Rocha, Miguel Palmeira, Tereza de Azevedo e outras vias próximas, como já noticiado pela reportagem. O problema se estende para imóveis em outros pontos dos bairros afetados pela mineração. A comunidade defende uma atualização do mapa para absorver essas áreas.
O advogado Jefferson de Oliveira Souza conta que o imóvel onde está situado seu escritório tem sofrido há cerca de três anos com os problemas que vão desde descolamento dos revestimentos a rachaduras de dois centímetros nas paredes. Ele conta que outros seis imóveis próximos estão nas mesmas condições.
“Apesar das provas técnicas e imagens mostrando rachaduras, fissuras e desmoronamento de paredes, os imóveis foram descartados como área de risco. O órgão responsável pela prevenção de acidentes e pela segurança de quem transita pelo local, a Defesa Civil de Maceió, no lugar de apoiar a população assegurando a imediata evacuação do imóvel, protege a Braskem fornecendo laudos inconclusivos”, diz o advogado.
Ele afirma ainda que realizou abertura de chamado cinco vezes solicitando a presença de técnicos da Defesa Civil. Após as quatro primeiras visitas, os laudos orientam a continuar o monitoramento e a contratação de empresas para reparos.
“A orientação que os inquilinos e moradores dos imóveis recebem da Defesa Civil de Maceió é de monitorar a edificação e, em caso de evolução ou prolongamento das patologias existentes, entrar em contato com o órgão através do número 199 e informar o número da ocorrência anterior. Para minha surpresa, apesar da evolução e prolongamento das patologias existentes, a Defesa Civil alegou que o imóvel está fora da área de risco. Um verdadeiro absurdo”, critica.
Ainda de acordo com os relatos, outros imóveis próximos foram incluídos na realocação. “Basta somente atravessar a rua, ou seja, basta dar alguns passos até a calçada em frente pra sair da área de risco? Como podemos entender os critérios da Defesa Civil e da Junta Técnica da Braskem?”, questiona Jefferson.
“Temos insistido que a Defesa Civil e a Junta Técnica façam nova visita ao imóvel para verificar a evolução e o prolongamento das patologias existentes. Há quase um mês, foi solicitado nova vistoria por meio da Ocorrência n° 547/2022 à Defesa Civil de Maceió. No entanto, eles marcam e até a presente data não vieram, apesar da nossa cobrança diária”, revela.
Defesa Civil diz que problemas não estão relacionados a afundamento
Em nota, a Defesa Civil informa que os problemas descritos pelo advogado estão relacionados a “problemas estruturais” e não pelo afundamento de solo.
“A Defesa Civil informa que tem acompanhado o caso e já realizou seis vistorias no local desde o ano passado, sendo a última no dia 5 de abril deste ano. A diretoria operacional identificou fissuras, deslocamento e infiltração, mas todas as patologias são ligadas a problemas estruturais. Na ocorrência, foi recomendado ao solicitante que monitorasse a edificação e realizasse os reparos necessários. Em caso de evolução, a Defesa Civil deve ser acionada. O imóvel está fora do mapa de linhas e ações prioritárias (V4). Nos próximos dias uma equipe do Centro Integrado de Alerta e Monitoramento (Cimadec) da Defesa Civil irá ao local fazer nova vistoria”, afirma o órgão.

NOVA ATUALIZAÇÃO
A última versão do mapa de danos foi divulgada no fim de 2020. De lá para cá, segundo a Defesa Civil de Maceió, o monitoramento segue sendo realizado nos bairros afetados mediante solicitação dos moradores. Entretanto, o órgão afirma que não há até o momento necessidade de atualização.
“Quanto a isso, o comitê técnico realiza vistorias periódicas nas áreas de entorno do mapa. Após a finalização dessas vistorias, o comitê prepara relatório para verificar se houve evolução nas fissuras e se possuem ligação com afundamento de solo. Até o momento não houve, mas o monitoramento continua. Somente se houver ligação é que há necessidade de uma atualização do mapa”, afirma a Defesa Civil.
Mais lidas
-
1'O Jogo da Viúva'
História real que chocou toda Valência é o novo filme da Netflix
-
2Construção desordenada
'Espigões' na orla de Maceió em xeque
-
3Vem por aí!
O que acontece com Cecília e Laís em 'Vale Tudo': casal passará por duas tragédias na novela
-
4Fim do mistério!
O que aconteceu com o irmão de Heleninha Roitman em Vale Tudo?
-
5Moradores de Penedo
Acidente no Trevo do Polo, em Marechal Deodoro, deixa duas vítimas fatais