Cidades

Audiência sobre aumento da passagem cobra rigor na fiscalização de clandestinos

Valor do transporte público pode subir de R$ 3,50 para até R$ 4,02 na capital alagoana.

Por Ana Paula Omena com Tribuna Hoje 02/02/2018 16h23
Audiência sobre aumento da passagem cobra rigor na fiscalização de clandestinos
Reprodução - Foto: Assessoria

Clandestino. Este foi o adjetivo mais usado na manhã desta sexta-feira durante uma audiência na Promotoria de Justiça do Consumidor, que tratou do aumento da passagem dos ônibus municipais. Participaram da reunião, o sindicato das empresas de transporte coletivo, associações de bairros e a SMTT (Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito).

O promotor Max Martins sintetizou que o objetivo da audiência não foi bater o martelo, mas considerou um debate importante acerca de um fato que tem extrema repercussão no cotidiano do maceioense.

Enildo Arruda, assessor técnico do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Maceió (Sinturb), cobrou maior rigor na fiscalização do transporte clandestino, um dos principais responsáveis pela estipulação do aumento da tarifa de R$4,02 (3,62 + 11%).

Ele explicou que esse cálculo tem como base, o passageiro pagante dividido pela quilometragem. (Veja imagem abaixo)

“Reajuste da tarifa não resolve o problema, mas sim a fiscalização ao transporte clandestino gradual”, defendeu. “2017 foi muito difícil, a redução de passageiros foi de 10% se comparado ao ano anterior (2016). O aumento de táxi-lotação, particulares e mototáxi gerou um desequilíbrio financeiro no sistema de transporte público”, mencionou.

Um representante da viação Veleiro informou que a empresa foi a quem mais teve perda de passageiros, com uma evasão de 31,95%. Representando uma perda de 290.137 usuários com redução de receita na ordem de R$ 1 milhão. O número de passageiros despencou de 900 mil para 600. Ele também se referiu aos clandestinos, sobretudo aqueles que fazem lotação próximo do lote da Veleiro pelos prejuízos causados, e lembrou da greve dos rodoviários da empresa há 15 dias pelo não pagamento da folha salarial.

Antônio Sabino, que representou a Federação das Associações de Moradores e Entidades Comunitárias de Alagoas (Famecal) anunciou que a entidade propôs uma conferência para o próximo dia 25 deste mês, no sentido de descortinar o assunto sobre o aumento da passagem.

Disse não ser contra o reajuste, porém e principalmente, explicitou a necessidade de convencimento e transparência a respeito das planilhas e contratos de licitação divulgados. "A concorrência com os clandestinos é desleal, sendo assim não deveriam nem cogitar o aumento", destacou.

O promotor Max Martins e Denise Guimarães, junto com Fernanda Moreira, da Fazenda Pública Municipal ficaram de analisar todos os pontos colocados e adotar um possível Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).