Cidades

Erosão no bairro de Murilópolis apresenta risco iminente de tragédia

Deslizamento de terra em APA consome parte de calçada em avenida; Seminfra diz que enviará equipe técnica ao local

Por Tribuna Independente 10/06/2017 09h45
Erosão no bairro de Murilópolis apresenta risco iminente de tragédia
Reprodução - Foto: Assessoria

O deslizamento de barreira na Avenida Nelson Marinho, a principal do Loteamento Murilópolis, no bairro da Serraria, em Maceió, próximo a uma Área de Proteção Ambiental (APA), acabou causando um grande buraco. No local, há um grande fluxo de pedestres e automóveis, inclusive ônibus. Por conta disso, o buraco, que se formou com o deslizamento, pode representar risco iminente de provocar uma tragédia.

Com o fluxo constante, inclusive de carros pesados, não se pode descartar novos deslizamentos e aumento da erosão.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) informou que o local está sinalizado, mas ainda não avaliou os riscos que a erosão representa para quem passa pelo local. De acordo com a secretaria, o órgão enviará uma equipe técnica para fazer o levantamento do problema nos próximos dias e tomar as medidas necessárias.

Enquanto isso, motoristas e pedestres se arriscam ao passar diariamente pelo local. Embora sinalizado com cones e fitas de proteção, pedestres têm que disputar a via com os automóveis ao desviar da área isolada.

Muitos também se arriscam passando pela calçada, que tem rachaduras, sem saber sobre se há garantias de que o solo não deve ceder a qualquer momento.

A Tribuna Independente ouviu um especialista sobre o que teria ocasionado a erosão. Com base em imagens fotográficas enviadas pela reportagem, o geólogo César Medeiros acredita que pode ter acontecido um processo erosivo devido alguma tubulação estourada (caso exista no local) ou alguns olho d’água (também uma suposição).

O geólogo também explicou que além desse processo erosivo, a cratera pode ter sido formada em consequência das fortes chuvas que caíram e acabou ocasionando deslizando da barreira. No entanto, ele disse que não pode afirma com precisão apenas com base em fotos.

“Para afirmar com segurança o que provocou o deslizamento é necessário analisar e conhecer melhor o local. Com uma análise precisa e estudo da região seria possível dizer com segurança e conhecimento técnico o que provocou essa cratera ou buraco, como muitos chamam”, ressaltou César Medeiros.

“Aqui pode acontecer um acidente se a situação não for resolvida”

Segundo moradores da região, a erosão aumenta a cada dia e dificulta o tráfego de veículos.

De acordo com a dona de casa Maria Cícera Mesquita, que mora em um residencial próximo ao local, já havia rachaduras na calçada e vinha tendo deslizamento de terra, mas depois das últimas chuvas o problema ficou maior.

“Não dá para passar por essa calçada. É perigoso. E quem se arriscar passar é com medo porque têm essas rachaduras e a terra vai cedendo. As autoridades têm que tomar uma providência rápida para não acontecer algo grave. Aqui passa muitas crianças que vêm das escolas e que moram por aqui. A gente tem que dividir os espaços com os carros passando pela pista, já que a calçada está com esse enorme buraco”, comentou a Maria Cícera.

A dona de casa disse ainda que o fluxo do trânsito da região aumenta em determinados horários. A pista em uma direção é dupla, mas os motoristas têm que desviar do buraco, sinalizado com cones e fitas de proteção, afunilando o trânsito em uma única faixa.

O comerciante Fernando Cordeiro passava pelo local no momento em que a equipe de reportagem ouvia os moradores. Ele disse que a situação ali está crítica e é muito perigoso passar pelo local.

“Não moro aqui próximo, mas esse buraco me chamou a atenção. Está muito grande. É muita falta de estrutura dos órgãos competentes. Se tivesse casa aqui, a erosão já teria engolido. O poder público tem que agir rápido nessas situações”, ressaltou o comerciante.

Já o funcionário Jonatas dos Santos, de uma companhia de telefonia, que estava realizando serviço no local, disse que um aparelho que fica os registros dos números caiu e a equipe da empresa precisou recuperá-lo lá embaixo, a mais ou menos 50 metros de profundidade.

“Essa caixa que consta os números do pessoal da região caiu e foi recuperada. Está funcionando normal. Esse local está perigoso”, disse Jonatas.

Caso alguma medida não seja tomada com urgência no local pode acontecer acidentes de grandes proporções visto que é uma avenida movimentada que passa muitos veículos. Também tem movimentação de pessoas circulando na região e pode acabar se acidentando.