Cidades
Seca faz preço do milho assustar consumidores
Apesar da proximidade das festas juninas, valor da espiga não atrai e vendedores apostam na melhora do movimento nesta semana
A estiagem é apontada como a principal causa do aumento do preço da espiga de milho este ano no Nordeste. Em Alagoas, o cereal vendido no mercado vem de áreas irrigadas em outros estados e por esta razão o valor tem assustado o freguês.
Se o rei das festas juninas corre o risco de perder o posto este ano, as comidas típicas seguem o mesmo ritmo, e quem sai perdendo são os comerciantes, consequentemente o agricultor.
Dona Josefa Basílio que faz pamonha para vender há muitos anos, comentou que o preço embora esteja mais salgado, não vai deixar de produzir o prato para vender.
“A gente vende o produto típico um pouco mais caro, mas não deixa de comprar o milho. Infelizmente, quem vive disso não pode parar. Este mês de junho me surpreendeu, comprei uma mão de milho (50 espigas) por R$ 45. Ano passado era R$ 40”, frisou a consumidora.
A vendedora Josefa Santos, que está no mesmo ponto na feirinha do Jacintinho de Inverno a Verão, se disse satisfeita, mesmo achando que o valor cresceu um pouco mais este ano. Ela salientou que se vale dos clientes fixos, mas reconheceu que o preço está bem mais ‘salgado’.
“Compro esse milho de Pernambuco. Como é de irrigação, fica mais caro pela falta de chuva. Mas não deixo de comprar, até porque é a minha sobrevivência e a qualidade da espiga chama a atenção e o consumidor compra. Confesso que a saída está fraca se comparada com o ano anterior. Espero que melhore a partir da próxima segunda-feira. Sei que o preço está mais caro, mas fazendo uma ‘fezinha’ a gente consegue”, confia Josefa Santos.
A reportagem esteve em vários pontos de comercialização no Jacintinho e observou que a partir de R$ 30 é possível comprar 50 espigas de milho.
Valor do produto está 33% mais caro este ano
Na 26ª edição da Feira Camponesa, na Praça da Faculdade, no bairro do Prado, que acontece até este sábado (10), a equipe de reportagem encontrou a mão do milho por R$ 40, 33% a mais do valor praticado ano passado no local.
No local, havia apenas dois pontos de venda de milho e já registravam procura pelo produto indispensável para as comidas típicas das festas juninas.
Segundo o feirante Gilvan Gomes, a procura tem sido boa. O vendedor conta que ano passado o milho custava em torno de R$ 30 a mão e que apesar de algumas reclamações sobre os preços, as vendas têm sido satisfatórias.
“Algumas pessoas reclamam, mas esse milho é irrigado e irrigação custa caro. Esse milho vem lá de Coruripe e já me passam a um preço um pouco mais alto”, explica o vendedor.
Para Maria das Graças, o preço não está muito satisfatório. A dona de casa compra milho todos os anos para fazer comidas típicas e vender sob encomenda.
“Para mim o preço está salgado. Eu faço pamonha, canjica para vender na minha casa lá no Jacintinho, mas como preciso fazer, eu compro, mesmo estando caro”, diz.
O casal Albertina e Antônio Rocha comercializa milho e abacaxi na Feira Camponesa. Eles reclamam da falta de chuvas durante o crescimento da lavoura. Segundo Albertina, o preço subiu pela escassez de água.
“O milho está saindo a R$ 40. Faltou chuva. Para o abacaxi também. Eles vêm lá de Pindorama, são irrigados e, se falta água, fica ruim né? Aí para o preço também não fica bom”, diz Albertina.
A 26ª edição da Feira Camponesa começou na quarta-feira (7). A feira é realizada pela Comissão Pastoral da Terra e reúne cerca de 90 produtores e comerciantes agrícolas.
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