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João de Deus está abatido e dormiu em colchão no chão após ser preso, diz advogado

Defensor do médium disse que ainda não entrou com habeas corpus por dificuldades com site do Tribunal de Justiça, mas que deve fazer isso ainda nesta segunda-feira (17)

Por G1 GO 17/12/2018 19h30
João de Deus está abatido e dormiu em colchão no chão após ser preso, diz advogado
Reprodução - Foto: Assessoria
O advogado Alberto Toron, que defende o médium João de Deus, acusado de abusos, se encontrou com o cliente nesta segunda-feira (17), e disse que o preso está “abatido” e passou a primeira noite na cadeia em um colchão no chão. O defensor o visitou no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital e afirmou que vai entrar com pedido para que ele cumpra prisão domiciliar, o que não foi feito ainda por dificuldades com o site do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). “Ele está abatido, prisão é prisão. Não podemos esquecer que estamos falando de um homem de 77 anos com doenças e suas dificuldades. [...] O Núcleo que guarda os presos provisórios, como todo sistema carcerário no Brasil, é sofrível. Quero dizer, tem condições ruins. O João dormiu um colchãozinho fino no chão”, disse. Ainda de acordo com o advogado, foi solicitado ao diretor da unidade um estrado para o colchão que “se sensibilizou e disse que vai providenciar o que estiver na esfera de possibilidade dele”. A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) havia informado que João passou a noite bem, comeu pão com manteiga e achocolatado pela manhã e tomou banho de sol com os outros três companheiros de cela. Também de acordo com o órgão, a cela em que ele está tem 16 m², não tem grades, tem quatro camas metálicas, banheiro, pia e chuveiro. O advogado do médium também disse que está com o habeas corpus pronto, mas que ainda não conseguiu impetrá-lo pelo site do TJ-GO. Quanto a isso, Toron também disse que irá pessoalmente ao órgão para resolver a questão. O TJ-GO informou que houve uma instabilidade no sistema apenas em Goiás. A Polícia Civil informou que ao menos 15 mulheres prestaram depoimento nas delegacias em Goiás e acusam o médium de abusos sexuais durante atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. João de Deus teve a prisão decretada na sexta-feira (14) a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO). No domingo, ele se entregou à polícia em uma estrada de terra em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. Ele foi trazido para Goiânia e, após prestar depoimento, encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito. O médium prestou depoimento durante 3h na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia, totalizando sete páginas de respostas às perguntas dos delegados. Durante o interrogatório houve uma pane elétrica que causou uma interrupção breve. O delegado Waldemir Pereira, conhecido como Branco, informaram que o preso ficou calmo durante o depoimento, com exceção do momento em que falou de uma vítima de quem se lembrava e ficou nervoso. O delegado-geral André Fernandes disse que João deve ser ouvido novamente.