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No RJ, segundo dia de julgamento da "viúva da Mega-Sena" começa

Julgamento começou às 10h45 desta quarta (14) no Fórum de Rio Bonito

Por G1 14/12/2016 10h03
No RJ, segundo dia de julgamento da 'viúva da Mega-Sena' começa
Reprodução - Foto: Assessoria

O segundo dia do julgamento de Adriana Ferreira, conhecida como a “Viúva da Mega-Sena”, começou às 10h45 desta quarta-feira (14) no fórum de Rio Bonito (RJ). A previsão da Justiça é que 11 pessoas sejam ouvidas. Adriana é apontada de ser mandante do crime, em 2007, contra o marido, Renné Senna, que ficou milionário após receber um prêmio da Mega-Sena. O primeiro dia de julgamento durou cerca de nove horas.

A previsão é que sejam ouvidas 11 testemunhas, duas da defesa e nove convocadas pela Justiça. Ao todo, são 16 testemunhas no processo. Há também a previsão que Renata Senna, filha de Renné, e o suposto amante da viúva falem novamente.

Primeiro dia

Duas testemunhas de defesa foram ouvidas primeiro. Por se tratarem de médico e cuidador de idoso, não poderiam aguardar os três dias previstos de julgamento. E entre as testemunhas de acusação estava Renata Senna, filha da vítima. Ela disse que o pai desconfiava que Adriana o traía e, em depoimento que durou três horas, afirmou que o pai iria tirar o nome da então esposa do testamento.

A irmã de Renné Senna, Mirian Senna, afirmou que tudo indica que Adriana tem envolvimento no crime, e a família está angustiada com o caso, depois de quase dez anos.

"Esperamos que a justiça seja feita. Não aguentamos mais esperar por isso. A Adriana não precisava mandar tirar a vida do meu irmão. Que ela ficasse com o dinheiro e deixasse ele viver", declarou.

'Viúva da Mega-Senna' chegando a Rio Bonito para o julgamento (Foto: Renata Igrejas/Inter TV)

Ao todo são 13 testemunhas de defesa e oito de acusação.

Apontados como executores do assassinato de Renné, os ex-seguranças da vítima, Anderson Silva de Souza e Ednei Gonçalves Pereira, já foram condenados. Eles cumprem pena de 18 anos de prisão pelo crime.

Adriana chegou a ser presa em 2007, mas foi absolvida pelo Conselho de Sentença do Tribunal em dezembro de 2011. No entanto, ao julgar recurso ajuizado pelo Ministério Público, em abril de 2014, os desembargadores da Oitava Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) determinaram que ela fosse submetida a novo julgamento.

O crime

Na manhã do dia 7 de janeiro de 2007, Renné estava em um bar sem seguranças, próximo à sua fazenda, quando dois homens encapuzados chegaram numa moto e o carona atirou em Renné; ele morreu na hora.

As balas acertaram a nuca, a têmpora esquerda, o olho esquerdo e o queixo do milionário. A viúva Adriana foi acusada pela filha e pela irmã da vítima, Renata de Almeida e Jocimar da Rocha, de ser a mandante da execução.

Previsão é de que 11 pessoas sejam ouvidas (Foto: Narayanna Borges/Inter TV)

Ex-lavrador, René Senna, ficou milionário em 2005, ao ganhar R$ 52 milhões no prêmio da Mega-Sena. Diabético, ele tinha perdido as duas pernas por causa de complicações da doença e morava em Rio Bonito.

Em 2006, começou a namorar a cabeleireira 25 anos mais nova que ele. Ela abandonou o emprego e foi morar com ele na fazenda avaliada em R$ 9 milhões, junto com dois filhos do primeiro casamento.

No dia do enterro, começaram as primeiras suspeitas da família do ex-lavrador contra a viúva, que tinha passado o Réveillon com um suposto amante em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio.