Turismo

Piranhas, a 'Lapinha do Sertão', no roteiro Caminhos do São Francisco

Município foi assim chamado por Dom Pedro II, quando imperador visitou cidade no ano de 1859

Por Claudio Bulgarelli - Sucursal Região Norte / Tribuna Independente 05/10/2024 09h25 - Atualizado em 05/10/2024 09h27
Piranhas, a 'Lapinha do Sertão', no roteiro Caminhos do São Francisco
História da cidade e suas atrações transformaram-na naqueles destinos encantadores que ninguém consegue esquecer ao visitar - Foto: Adailson Calheiros / Arquivo

No Roteiro Caminhos do São Francisco, Piranhas, o terceiro destino, é uma das joias mais raras do vale do Velho Chico alagoano. Conhecida como “Lapinha do Sertão”, assim apelidada por D. Pedro II quando o imperador visitou o município em 1859, é uma cidade que tem muito fascínio, e exerce uma paixão imediata aos visitantes, que são cada vez mais numerosos. A história da cidade e suas atrações transformaram-na naqueles destinos encantadores que ninguém consegue esquecer. Difícil encontrar alguém que já não tenha ouvido falar em Piranhas. E é mais difícil ainda encontrar alguém que não se encantou com o charme das casas coloridas, as muitas escadarias que levam até a Igrejinha de Nosso Senhor do Bonfim e as águas do São Francisco margeando a cidade.

Mas, como de Piranhas já falaram quase tudo, em livros, revistas e filmes, o melhor mesmo é traçar o roteiro das atrações turísticas. A cidade conta com uma boa infraestrutura para o turismo, com muitas pousadas, umas de luxo, e restaurantes, além de atrativos interessantes que rendem bons passeios pela cidade. O roteiro das atrações é bastante sugestivo.

Pode começar pela Rota do Cangaço e o Cangaço Eco Parque: Piranhas ficou conhecida nacionalmente por causa do cangaço. Muitas histórias sobre o bando de Virgulino da Silva, o Lampião, povoam a região. Foi inclusive ali perto, do outro lado do rio, em Poço Redondo, em Sergipe, na Grota de Angicos, que os cangaceiros do bando de Lampião foram pegos em uma emboscada.

O passeio de catamarã pela Rota do Cangaço tem saídas no atracadouro da cidade. A navegação em catamarã pelo Rio São Francisco segue por cerca de 30 minutos até se chegar ao Cangaço Eco Parque. A história do bando de Lampião é contada por um guia caracterizado, que conduz os visitantes por uma trilha de quase 2 km até a Grota de Angicos.

O passeio pode continuar pelo Centro Histórico de Piranhas: não é à toa que o Centro Histórico foi declarado Patrimônio Histórico Nacional, pois sua arquitetura é incrível, repleta de casinhas e casarões antigos e tudo muito colorido. Dá para conhecer as antigas igrejas da cidade. No centro são duas: a Igreja Nossa Senhora da Saúde, construída no século XIX em estilo neoclássico e a Igreja de Santo Antônio de Lisboa, a mais antiga de Piranhas (1790), onde estão depositados os restos mortais dos fundadores da cidade. Dá para visitar ainda o Centro de Artesanato, Artes e Cultura de Xingó, que funciona na antiga Casa de Máquinas da Rede Ferroviária e tomar um banho de rio na prainha da Orla Altemar Dutra.

Casarão abrigou imperador em sua passagem na cidade

À noite, o movimento fica por conta dos bares da cidade, como a clássica Pizzaria e Cachaçaria Altemar Dutra (batizado em homenagem ao cantor que também andou por ali). Nos fins de semana, bem no centrinho, embaixo de duas árvores, com mesas dispostas na rua, rola o tradicional forro típico do interior.

Canoa de Tolda: é o símbolo do Rio São Francisco. A canoa de Tolda é uma das principais heranças da colonização holandesa no Nordeste e leva esse nome devido à cobertura em madeira na parte do convés. Ela remete toda a beleza e importância do Velho Chico e você a encontra apenas na região.

Tem ainda o Conservatório de Música Municipal Cacilda Damasceno: O casario que abrigou o Imperador Dom Pedro II durante sua passagem pelo município, é o local onde a população passa a ter contato com a música, tendo a oportunidade de construir seus próprios instrumentos.

O Museu do Sertão documenta a história e a cultura do Cangaço e compõe o conjunto arquitetônico que justificou o tombamento da cidade de Piranhas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan. A Torre do Relógio, que fica bem em frente ao Museu do Sertão, foi construída em 1879 e sua arquitetura se destaca no centro de Piranhas. O local abriga o ‘Café da Torre‘, que funciona no alto do edifício.

Piranhas, que tem um belo relevo, te presenteia com dois lindos mirantes, com incríveis escadas na cidade. O Mirante da Igreja fica no alto de 250 degraus de uma escada íngreme e irregular. No topo fica a igreja de Nosso Senhor do Bonfim. O Mirante Secular fica no lado oposto ao Mirante da Igreja e abriga um obelisco que foi construído no final do século XIX para saudar o século XX, que se iniciava. A boa notícia é que, além da escadaria que o liga até a cidade (364 degraus), o mirante secular pode ser visitado de carro, pela estrada que sai de Piranhas em direção a Canindé.