“Independência ou morte!”. Aos pés do Rio Ipiranga, em São Paulo (SP), D. Pedro I declarou a independência do Brasil da coroa portuguesa e se tornou um dos mártires do país. O ato do imperador trouxe à cidade paulista um dos principais monumentos desta data histórica, o Museu do Ipiranga. Após quase dez anos fechados, o local será reinaugurado nesta terça-feira (06.09), após a captação de R$ 183 milhões de recursos federais pela Lei Rouanet. E é da capital paulista que partiremos hoje para uma viagem de séculos na história nacional no sexto e último episódio da série “Caminhos do Bicentenário”, produzido pela Agência de Notícias do Turismo.

Inaugurado oficialmente em 7 de setembro de 1895, o Museu do Ipiranga é considerado o museu público mais antigo da capital paulista. Ele é um importante símbolo da independência do Brasil e guarda um grande acervo de objetos, mobiliário e obras de arte com relevância história, como o quadro “Independência ou Morte”, do artista Pedro Américo. A escadaria do local representa o Rio Tietê, que foi o ponto de partida dos Bandeirantes rumo ao interior do país. O museu oferta ainda programas educativos, como cursos e pesquisas científicas que fazem uso dos recursos humanos e do acervo permanente da instituição.

Além do Museu do Ipiranga, a cidade de São Paulo possui um roteiro específico com estátuas e edifícios que contam um pouco deste importante marco para o país. O “Monumento à Independência – O Grito do Ipiranga” situa o exato local no qual foi declarada a independência do Brasil. Inaugurado em 1922, a construção contém 131 esculturas de bronze que contam episódios relacionados ao processo de independência, como a Inconfidência Mineira e a Revolução Pernambucana. Por dentro, o monumento guarda a capela imperial, onde estão os restos mortais do Imperador D. Pedro I e das Imperatrizes Leopoldina e Dona Amélia vindo de Portugal em 1972.

A cidade abriga também a “Casa do Grito – Segundo Brado do Ipiranga”, datada de 1844. Construída de taipa, o local era próximo a uma estrutura onde descansava a guarda de honra do príncipe. Os historiadores dizem que lá Dom Pedro retirou o distintivo de Portugal de seu chapéu, gritando o célebre “independência ou morte”. Para alguns historiadores, a cena ficou conhecida como “Segundo Brado do Ipiranga”. Hoje, os turistas podem visitar o espaço, já que ele faz parte do Museu da Cidade de São Paulo.

Para quem quer aproveitar um pouco do verde da capital paulista, o Parque da Independência traz além de ar puro, uma história sem igual. Com mais de 160 mil m², o local foi construído à margem do Riacho do Ipiranga. Além da Casa do Grito e do Monumento à Independência, o parque traz um jardim em estilo francês que relembra os palácios europeus. Atualmente, o parque é muito utilizado por skatistas que aproveitam a longa rampa no final do parque, e por famílias que vem passear com seus pets ou para realizar um piquenique. Esse conjunto é tombado pelos órgãos do patrimônio histórico em esfera municipal, estadual e federal.

A Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte marcou a chegada de Dom Pedro a São Paulo. Construída em 1810, o santuário era conhecido como “a igreja das boas notícias”, pois a partir dela se podia ver quem vinha de Santos e do Rio de Janeiro pelo Ipiranga. Ainda no roteiro, os turistas podem visitar o “Pateo do Collegio”, marco da fundação da capital paulista e da independência. Foi nele que Dom Pedro se hospedou durante sua passagem pela cidade. Hoje, no complexo, estão localizados a Igreja de São José de Anchieta, um museu que conta a história da cidade e possui um acervo de arte sacra, e o muro de taipa original do século 16.

Estes são apenas alguns dos atrativos que esta grande metrópole oferece aos turistas, que incluem ainda a Catedral da Sé, Igreja da Ordem Terceira do Carmo e o Obelisco do Largo da Memória, um dos monumentos mais antigos de São Paulo. Rio de Janeiro (RJ), Natal (RN), Goiás Velho (GO), Brasília (DF)... Opções não faltam para quem quer conhecer um pouco da formação do Brasil. Então, aproveitem e viagem na história do nosso país!